Tão desconsertantes quanto os dribles de garrincha, é o que está ocorrendo com o furto dos seus restos mortais! |
A Polícia Civil
do Rio de Janeiro abriu inquérito nesta sexta-feira (6) para apurar o paradeiro
dos restos mortais de Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, morto em
1983. Além disso, o delegado Antônio Silvino, do 66º DP (Piabetá), pretende
investigar se houve crime de violação de sepultura. De acordo com a polícia,
caso seja confirmado o crime, os responsáveis poderão receber penas que variam
de um a três anos de prisão. A dúvida sobre a ossada de Garrincha surgiu após a
Prefeitura de Magé, no interior do Rio, descobrir que uma suposta exumação
havia sido feita há alguns anos. Contudo, não existe nenhum documento que
comprove a realização da ação ou a transferência para uma segunda sepultura.
Serão chamados para depor Rosângela Cunha dos Santos, filha de Garrincha, que
revelou o sumiço dos restos mortais do pai; João Rogogisky, sobrinho do jogador
e proprietário do jazigo onde ele foi enterrado; e ainda Priscila Libério,
administradora do Cemitério de Raiz da Serra, que admitiu não saber o local
onde se encontra a ossada do ídolo do futebol brasileiro. O jazido onde
Garrincha foi enterrado é muito simples e está localizado no quase abandonado
cemitério em Magé, que possui muitas sepulturas deterioradas e sacos de lixo
com ossadas depositadas em um mesmo local. O túmulo de Garrincha - ao menos o
original - é simples e todo branco. Tem o ano de seu falecimento grafado
erroneamente - 20 de janeiro de 1985, sendo que ele morreu dois anos antes.
Além disso, outra lápide informa que naquele mesmo jazigo está enterrada uma
criança de dez anos, morta em 1955. Ela seria parente do ex-jogador. Para
esclarecer o caso, a Prefeitura de Magé aceitou arcar com as despesas de
exumação de corpos que estiverem nas duas sepulturas do jazigo. Amostras dos
restos mortais seriam colhidas para um exame de DNA que detectaria qual das
ossadas (ou se nenhuma) seria a de Garrincha. Esse procedimento depende da
autorização da família, que ainda não se reuniu para discutir o assunto. Ainda
nesta sexta-feira, Pelé, que atuou ao lado de Garrincha pela seleção brasileira
nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1966, falou sobre o assunto. "Eu
lamento porque ele era um dos grandes parceiros meus na seleção. É uma pena que
esteja acontecendo isso com um ídolo que tanto promoveu o Brasil em todo
mundo", disse o Rei do Futebol. Por Gonçalo Junior.
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