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16 de abril de 2017

EM ITABUNA NÃO HÁ LÓGICA ENTRE PAIS E FILHOS NA CRONOLOGIA DA MORTE

Nailton chora o assassinato do filho e a impunidade que beneficiou o PM que o matou
É previsível que pais enterrem seus filhos. Mas Itabuna inverte esta ordem e todos os anos, centenas de filhos são sepultados por quem os fizeram nascer. Isto porque os assassinatos constantes tem bagunçado a lógica na dramática realidade da insegurança pública na maior cidade sulbaiana. Matar em Itabuna, é mais trivial que em Bagdá! Alguém a quem não recordo a identificação, escreveu certa vez, que "Em época de paz, os filhos enterram os pais, enquanto em época de guerra são os pais que enterram os filhos". E Itabuna está em guerra. Policiais matam bandidos e vice-versa. Bandidos matam bandidos. Traficantes matam rivais e quem não paga dívidas consigo. O terror do crime apavora lares e faz famílias chorarem suas perdas humanas. Não existe uma ordem convencional para que as mortes aconteçam. O fato é que os filhos também morrem e, quando eles se vão, o que resta são a dor e o sofrimento aos pais, desolados por terem de sepultar aqueles que viram nascer e entrar no mundo. E esta dor é muito maior, quando a morte surge de causas fúteis e atos covardes e é ampliada quando as causas e autorias sempre são ignoradas e entram no rol dos crimes insolúveis, ou impunes. Neste macabro contexto está o assassinato adolescente Nadson Almeida, ocorrido numa perseguição policial em fevereiro de 2014, no bairro Lomanto. Os policiais militares que perseguiram Nadson alegaram ter confundido o adolescente com um possível bandido. Na fuga, o jovem de 14 anos, que pilotava uma moto, passou por quatro ruas e acabou sendo atropelado pela viatura quando passava pela Rua Jorge Amado. Segundo o advogado Davi Pedreira, que assiste a família, pelo menos dez pessoas testemunharam o fato e sustentam que o atropelamento foi proposital. O PM que dirigia a viatura foi absolvido pela Justiça. O mecânico Nailton Almeida, pai da vítima, continua sofrendo o assassinato covarde do filho e hoje chora a impunidade institucionalizada.

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