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Câmara Itabuna

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2 de dezembro de 2016

TEMOS TRAGÉDIAS QUE NÃO COMOVEM NEM A NÓS MESMOS

Centenas de assassinatos anuais, não nos comovem a ponto
de darmos um grito de basta e exigirmos que o Estado reaja
Ficamos todos consternados e muito tristes com a tragédia que vitimou os atletas e profissionais da imprensa de Chapecó (SC). 71 mortos, como consequência da ganância de um insano dono de avião. Sonhos de promessas promissoras que não tiveram chance de vôos mais altos. Causa fútil de acidente sem precedentes. Tudo muito triste e trágico. Tanto quanto as tragédias que acontecem constantemente em Itabuna. Todos os anos, em média, são assassinados itabunenses em quantidade do dobro de Chapecoenses que morreram na queda do avião nos arredores de Medelin, Colômbia. E quase ninguém chora nossos mortos. A violência submete Itabuna à condição de uma das cidades mais violentas do Brasil. Aqui matam crianças, jovens e idosos, inocentes e indefesos, como se fossem baratas, ratos e mulambos. E somente seus parentes sentem suas perdas. Nenhum dos 71 passageiros mortos, teve chance de evitar que o  avião da Chapecoense caísse. Mas podíamos evitar que tantas pessoas fossem mortas em Itabuna e não agimos para salvá-las. Não protestamos contra ruas esburacadas e mal iluminadas; fechamentos de postos policiais e diminuição da quantidade viaturas policiais; perdas de mais do dobro do contingente de agentes de segurança pública, nos últimos dez anos e não denunciamos bocas de fumo; não exigimos mais investimentos em educação, saúde, assistência social e geração de emprego, trabalho e renda. Não fizemos nada, ou fizemos muito pouco, para impedir que tantas pessoas fossem mortas em Itabuna. E lamentamos as mortes dos chapecoenses, como nunca nos comovemos pelas perdas dos mais de cem homicídios anuais, que ocorrem em nossa dramática e fúnebre cidade.

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