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30 de junho de 2016

NUNCA A MORDAÇA DIANTE DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica deve ser sempre denunciada e combatida
A vida privada, o corpo e a sexualidade das mulheres brasileiras ainda são tabu. Embora a Lei Maria da Penha tenha trazido avanços inegáveis em relação à violência de gênero, tornando o debate público, as respostas evidenciam um cenário alarmante, mas não surpreendente. O patriarcado permanece como conceito dominante de organização familiar, a absoluta maioria das pessoas, incluindo mulheres, concordam que o homem deve ser o cabeça do lar, e a partir dele constatamos a causa de tantas mulheres sentirem-se ameaçadas dentro de sua própria casa. A opressão masculina gera uma privacidade criminosa que macula a família, quando a maioria das vítimas baianas de violência sexual é de meninas, principalmente aquelas entre 10 e 14 anos, conforme dados das unidades de saúde. É contraditória a opinião de que “as mulheres que mostram o corpo merecem serem estupradas”. Por que então são as meninas as principais atacadas? Moralismo conservador que insiste em subjugar as mulheres, tornando-as culpadas pela violência da qual são vítimas. Ninguém pode ser atacada! Repressão social que determina o comportamento feminino de acordo com padrões preestabelecidos, que compromete a liberdade e a autonomia das mulheres. O corpo da mulher é objeto de desejo, mas também de posse. A sensualidade brasileira é objeto comercial, mas quando tratamos de sexualidade, de liberdade sexual, a realidade é outra. Às mulheres recato, aos homens iniciativa. É o que a ordem desigual as impõe. Aquelas que se opuserem serão julgadas, penalizadas, violentadas. Enquanto, aos homens, o furor sexual e os arroubos biológicos são justificativas para atos criminosos. Inaceitável! Políticas públicas que promovam a transformação social, poder público e sociedade civil são forças impulsionadoras do processo civilizatório. Não é possível reduzir séculos de subjugação das mulheres à instituição de leis mais severas e mais prisões. A visibilidade ao tema de gênero e à luta cultural que estão sendo estabelecidas serão possíveis com mais recurso para a criação de espaços específicos que garantam os direitos humanos femininos. Com mais mulheres nos espaços de poder, com uma educação não sexista, se produzirá consciências individuais e coletivas. Só a mobilização constrói mudanças. Toda a violência contra a mulher deve ser denunciada, propagada, combatida. Ligue 180, para ter acesso à Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência e denuncie. Afinal, uma vida sem violência é direito de todas as mulheres.

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