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| É chegada a hora de varrermos os porcos da Câmara e Prefeitura |
Há
certas histórias relacionadas aos períodos eleitorais em Itabuna, que parecem apenas
parte do anedotário municipal. Casos como aqueles dos eleitores que trocavam
dentaduras por seus votos e que tinham extraídos antes os dentes e só recebiam
a dentadura depois de consumada a sua escolha (em prol do candidato que o havia
corrompido), são muito mais do que simples piadas, são questões muito sérias,
que merecem um cuidadoso exame e criteriosas formas de educar os eleitores para
evitar que isso volte a acontecer. Isso é inclusive muito importante para que
tenhamos sempre em mente que eleição é assunto muito sério e que exige
responsabilidade da parte de cada eleitor ao depositar seu voto na urna (ou,
atualizando, ao clicar referendando o nome de um candidato ou de uma legenda
política nas modernas urnas eletrônicas). Histórias como essa contada no início
desse artigo, em que nos referíamos a uma mercantilização relacionada à práticas
dos “Pedros Egídios da vida”, continuam ocorrendo. O pior de tudo é constatar
que não são casos isolados e não se restringem apenas a eleitores com índices
de analfabetismo baixos. Também não estão limitados a bairros periféricos de
Itabuna, onde o desemprego e os baixos salários poderiam contribuir para que os
eleitores se sentissem compelidos a barganhar o seu voto em troca de favores
materiais. E a compra de votos não se dá apenas por cédulas monetárias. Há até pastores
que exigem recursos para o acabamento interno da igreja, em troca de votos
garantidos. Nova eleição e lá vai o candidato atrás dos ministros de sua
igreja. Dessa vez eles pedem uma Kombi. O candidato, já experimentado na política,
dá o automóvel, mas só passa o documento em nome da comunidade depois de
eleito... Moral da história? Só trocamos as botas, mas continuamos,
literalmente, “pisando na bola”... Não é apenas de casos de compra de votos que
padecemos em Itabuna. Ainda há verdadeiros currais eleitorais, onde os modernos
“coronéis” definem os votos de seus comandados e cobram fidelidade, caso contrário,
como nos tempos dos coronéis do cacau, podem ocorrer demissões, surras, mortes...
Mesmo com todas as oportunidades de obtenção de informações, continuamos sendo
enganados por políticos populistas, daqueles que vão as ruas na época das
eleições, entram em bares para comer pastel e tomar café com leite, abraçam os
populares, pegam crianças pequenas no colo, visitam igrejas e falam de seu
passado humilde, participam de quermesses e festas para fazer o povo senti-los
como parceiros... E as propostas de governo? E a coerência política (inexistente
em uma terrinha como a nossa, onde ideologia é palavra de dicionário apenas)? E
a fidelidade partidária (Os políticos trocam mais de partido do que de roupa)?
Por que esses políticos não vão as ruas depois de eleitos? O que faz com que
eles deixem de tomar café e comer pão com manteiga assim que acabam as disputas
eleitorais? Onde eles se escondem quando precisamos cobrá-los quanto às
promessas feitas durante a campanha? Eleição ainda não é considerada como um
ato de cidadania, que define não apenas vencedores e vencidos nos pleitos
eleitorais, mas o futuro da cidade. Somos vítimas de nossa desinformação, da
péssima distribuição de renda, do analfabetismo, da fome ou das doenças que
afetam nossa condição física e emocional. Se não votarmos conscientemente,
dificilmente escaparemos desse círculo vicioso que nos lega tantos problemas
quanto os mencionados. Temos que conscientizar as parcelas menos favorecidas da
importância do voto. Devemos informar as novas gerações quanto ao compromisso
com o futuro percebido num pleito eleitoral. Necessitamos disso pelo futuro Da nossa
cidade e de cada um de nós. Cabe a nós comunicadores, professores e formadores
de opinião, efetivamente colocar em prática esses e outros ensinamentos...

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