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Os "Espíritos de porco" emporcalham a festa do rei Momo |
Os assuntos violência e carnaval não deveriam ter
nada em comum: violência causa sempre imenso sofrimento à família; é o oposto
do Carnaval, cujos primeiros clarins ao longe, anunciando a sua chegada em
fevereiro, sempre trazem promessas de alegrias e brincadeiras. Convivo com o
noticiário da violência há mais de 30 anos, e com o Carnaval há mais tempo:
desde a adolescência nos nossos carnavais de rua e dos clubes da Mangabinha,
Pontalzinho e Grapiúna. Convivi com a evolução dos dois: na violência, os
métodos de enfrentamento ao crime organizado, os profissionais de segurança
melhores capacitados a aparelhados, as criações de guarnições especiais, as
viaturas e o poder bélico avançaram bastante e a segurança pública foi muito
beneficiada. Mas não impediu a evolução do crime e muitas pessoas são vítimas
das ações dos bandidos, em tempos de festas e sem elas. O carnaval de Salvador
e a Micareta de Feira de Santana, atraem cada vez maior número de visitantes e
foliões. O carnaval em Itabuna acabou, mas a violência não. E para quem associa
a festa momesca à violência, destaco que dois assassinatos ocorreram em todo
transcurso do carnaval do ano passado, na capital baiana e em Itabuna, neste
mesmo período, sete pessoas foram vítimas de homicídios. Este fato derruba a
tese de que carnaval tem relação com mortes de pessoas. Mas o carnaval já está
chegando e para que a violência não estrague a festa, é necessário que o Estado
cuide bem das pessoas que participarão da festa, mas não esqueça daquelas que
estarão em retiros, praias, fazendas, ou simplesmente permanecerão em suas
casas. E proteja as casas de quem viajará para brincar, ou para aproveitar o
feriadão e descansar. E, por favor! Não venham com máscaras de Lula, Cerveró e
Zé Dirceu: não tem graça nenhuma essa turma que nos colocou nessa crise
gigantesca, ainda mais perversa porque poderia ser totalmente evitada. Para
entrar no Carnaval com renovadas esperanças, só com outro verso do Chico
“Apesar de você amanhã há de ser outro dia”.
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