Quando a crise afeta os camelôs, implica em sufoco generalizado
O
real perdeu o valor. Como um cão largado na sarjeta, assiste ao velho conhecido
dólar latir mais alto, sem suportar a tremenda enxaqueca da crise econômica,
com alta de juros, pressão inflacionária e recessão. Em pouco mais de um ano, a
taxa de câmbio caiu pela metade em relação ao primo rico norte-americano. Só
nos últimos 40 dias, o dólar saltou quase 10%. A moeda brasileira vai à lona e
estremece estruturas de vários setores da economia. Do rico ao pobre, do
pãozinho ao carro de luxo, do camelô ao agente de viagens, quem depende da
importação sofre os efeitos dessa crise cambial.Na base da pirâmide, os ambulantes do
camelódromo da praça Adami, no Centro de Itabuna, amargam prejuízos com a queda
de 50% nas vendas de artigos importados, principalmente os chineses e
paraguaios. O camelô Mário da Conceição vive um dilema porque o preço das
baterias, cabos, pilhas e carregadores praticamente dobraram. “O cliente
reclama, eu digo que foi o fornecedor que aumentou o preço, que tenho de
repassar para não ficar no prejuízo, mas aí ele não compra”, lamenta.Dançando na corda bamba, ele tira
parte do lucro e ainda perde com a redução das vendas. “Antes eu faturava uns quatrocentos
reais por semana, agora não chega a metade”
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