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A maioria do povo brasileiro está indiganda com Dilma e o PT |
Sempre ouvi dizer que os
políticos deviam estar permanentemente atentos ao recado das urnas. Em regra,
fizeram ouvido de mercador (pessoalmente acho contraditório porque não imagino
um mercador fazendo negócios sem ouvir o interlocutor). A questão é que esse é
um dos raros momentos da história política brasileira em que o recado veio das
ruas. E o governo Dilma Rousseff fez ouvidos de mercador. Tirando uma ou duas
frases lúcidas do quase sempre não-lúcido ministro da Justiça, José Eduardo
Cardoso, a retórica se manteve: a manifestação se limitou ao eleitorado que não
votou em Dilma Rousseff. Tudo coisa da elite branca – o que por si só, já
estabelece uma barreira à ascensão da elite afrodescendente. Isso é política de
ódio racial. Os negros, segundo o entendimento do PT, não têm o direito de
protestar contra a corrupção, porque isso é privilégio da elite branca. Dois
milhões de reacionários brasileiros foram às ruas no último domingo apenas para
atender a uma convocação da mídia corporativa. Burgueses branquelos de ultra
direita a serviço do capital internacional, dispostos a participar de um
movimento nacional contra a democracia. O governo do PT (os aliados daqui pra
frente serão mais escassos) se recusa a enxergar o óbvio: o povo brasileiro, os
brancos brasileiros, os negros brasileiros, os pardos brasileiros, os homens
brasileiros, as mulheres brasileiras, a comunidade LGBT brasileira, os índios brasileiros,
não aguentam mais tanta corrupção. Insistir no discurso de que trata-se de um
movimento ilegítimo é vender o sofá porque encontrou nele a esposa fazendo sexo
com o amante. O esquizofrênico álibi petista insiste no discurso de que a
corrupção se originou no governo Fernando Henrique Cardoso e que o Partido dos
Trabalhadores não aperfeiçoou a prática e o volume dos dinheiros públicos
desviados. É isso que o PT me leva a crer; A “manifestação contra democracia”,
que o Brasil preferiu chamar de mobilização nacional contra a corrupção mostra
que não chegamos ao fundo do poço. Chegamos ao limite. Daqui pra frente são
novos tempos. O PT, no entanto, em vez de ouvir a voz das multidões prefere
enviar um emissário aos advogados das empresas envolvidas na operação Lava-Jato
para negociar o fim das deleções premiadas. Fica muito difícil eu acreditar que
o Partido dos Trabalhadores não é comandado por uma quadrilha de corruptos
pertencente a elite branca e burguesa.
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