Prefeitura Itabuna

Câmara Itabuna

Câmara Itabuna

21 de abril de 2014

VANE NÃO PECA EM IR AO CANDOMBLÉ, MAS ERRA AO NÃO IR À PROCISSÃO



O mundo desabou sobre os ombros do prefeito Claudevane Leite (PRB), quando ele se deixou ser influenciado por seu vice-prefeito, Wenceslau Júnior (PC do B) para comparecer a festa realizada na Casa de Oxalá em homenagem a Katulembá, do Mestre Ruy Povas, nos seus 70 anos. É óbvio que este fato não deve servir para satanizar o prefeito. Aí ele não errou, pois estava cumprido sua agenda de autoridade maior da cidade e prefeito que tem dever de prestigiar todas as religiões. Seu erro foi se recusar a comparecer na missa de São José. Isto funcionou como uma provocação de discórdia e desrespeito à maior religião do município. E este assunto ainda rende criticas e deverá servir para dificultar as pretensões do prefeito tentar se reeleger em 2016. Na foto que ilustra este momento, se vê sorridentes os evangélicos Prefeito Vane e o Diretor da FICC, Roberto José. O fato é que parece que a barreira que impede a convivência tolerável entre evangélicos e adeptos das religiões de matriz africana na Bahia, e em muitos outros lugares do Brasil, tornou-se intransponível. Lamentável saber que nós, religiosos ou não, precisamos ocupar espaços sabotando a presença legítima do outro; precisamos construir discursos e ações que fomentem a idéia de que um tem a verdade e o outro deve ser banido por carregar consigo a mentira e a ilegitimidade no universo das religiões. Esta ambiência intolerante é que tem conduzido o encontro social entre os evangélicos pentecostais e os religiosos de matriz africana no nosso estado; é inadmissível o tipo de proselitismo cristão que promove ataques aos praticantes do candomblé, desenhando o culto aos orixás como uma obra erguida a serviço de Satanás. Satanás este, fruto cultural judaico-cristão, oriundo de mentalidades persas, que foi levado para a África (e chegou ao Brasil) por portugueses católicos sendo incrustado ao imaginário do humano negro. Todo o arsenal discursivo que busca endemoninhar práticas religiosas de origem africana perfaz o agressivo caminho do etnocentrismo, melhor traduzido entre nós como racismo, que é o grande responsável por leituras insanas e inconcebíveis para um povo mais negro que mestiço, em pleno século 21; ou seja, baianos negando o legado cultural dos seus ancestrais. Não se deve permitir que faixas expressem que “Deus condena o candomblé”; que deus de onisciência se permitiria a isso? Nem que o conhecido acarajé deve ser alcunhado bolinho de Jesus, desintegrando possíveis sincretismos ou simbioses de ordem cultural e religiosa. É um tempo de profunda vigilância, onde mais ignorância do que intolerância tem levado o nosso povo a aceitar ensinamentos díspares e infundados contra o real sentido da existência do candomblé que, em última instância, é o mesmo de qualquer outra religião séria em seu seio sócio-cultural. Nem deus nem diabo tem falado nessas lutas; povo-de-santo respeite-se entre si: cada um que se veja no outro em vestes brancas, contas, seriedade e, principalmente, fé.

Um comentário:

  1. Val Cabral21 abril, 2014

    NÃO MAIS POSTAREMOS OPINIÕES (ANÔNIMAS, OU NÃO) – Estávamos como um dos blogs com maior quantidade de postagens de opiniões dos leitores. Nunca censuramos, ou deixamos de inserir os comentários enviados sobre nossas matérias, artigos e notícias. Inclusive aqueles que nos ofendiam, caluniavam, difamavam, injuriavam... Entretanto, tivemos diversos dissabores com pessoas enfurecidas com comentários caluniosos, que os prejudicavam, constrangiam e cujos autores eram anônimos, ou se identificavam com o subterfúgio de nomes fictícios e irreais. Diante destes fatos e das sérias consequências decorrentes destas atitudes insanas e inaceitáveis, decidimos suspender a postagem de todos comentários e esperamos contar com a tolerância e compreensão de todos, pois não temos como identificar quem são os leitores que só querem bagunçar, ou nos criar situações embaraçosas. Pesquisaremos um sistema que possamos integrar aqui, para identificar, verdadeiramente, os autores dos comentários nos enviados e assim fazer cada qual responder por eventuais ilícitos. Eventualmente, postamos as matérias em nossa página de facebook e lá é impossível a postagem de comentários anônimos e de autoria inverídica. Portanto, sugerimos este espaço para os leitores educados, bem intencionados e conscientes das consequências de tudo o que é escrito para o conhecimento público. Agradecidamente, Val Cabral.

    ResponderExcluir

Comente no blog do Val Cabral.

Publicidade: