Cientistas políticos, historiadores e desocupados de todas as categorias estão
diante de um manjar de Natal para saborear. Trata-se do relato dando conta de
que Lula Silva, o “Barba” ou o “Boi”, como era conhecido nos aparelhos da
repressão, era um dos privilegiados informantes do Dops. Pelas frouxas reações,
quer-se crer que o fato já era do conhecimento de todos. Talvez a crise de
liderança seja de tal monta que os companheiros e camaradas preferiram digerir
o sapo barbudo a sacrificá-lo. Não há como contestar. Afinal de contas, quando
Inácio despontou na política sindical, os militares já não tinham tantos
problemas. Ou seja, aparentemente, Lula fazia barulho e greves por melhorias
salariais, peitava as montadoras de São Bernardo sem se incomodar se vivíamos
ou não sob restrições. Sob esse contexto, os generais recebiam um verniz para
poder mostrar-se ao “mundo livre” que por aqui “as coisas fluíam, posto que até
greves de trabalhadores eram permitidas”. Lula estourava a boca do balão e
botava pocando com discursos raivosos (nas horas vagas papava incautas
viuvinhas) e a ditadura ainda saía bem nas fotos. É comum apelar-se para a
tortura (caso Genoino e outros delatores) quando se tenta justificar delações.
De fato, o cara na borracha, no afogamento, no choque elétrico e não abrir o
bico... Talvez aí resida o paradoxo de um Genoino, uma Dilma, sobreviverem à
tortura e um intelectual desarmado – Herzog, por exemplo – ser assassinado.
Lula não se inclui entre os torturados. Qualquer que fosse a questão, a grande
verdade é que existia uma “oposição confiável”. Um MDB dócil, não
necessariamente submisso, que pretendia, talvez, que o País caminhasse para uma
normalidade democrática, mas que aceitava, ao menos temporariamente, as
imposições. Assim, a cínica promiscuidade deum sindicalista com uma
ditadura dedireita termina sendo tolerável. É claro que
não se trata de um Judas, de um Joaquim Silvério dos Reis, de um José Silva...
Nem merece entrar na História. Não há decepção. Apenas a constatação do óbito
moral.

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