ITABUNA TEM POUCOS POLICIAIS E MUITOS CRIMES PARA DESVENDAR

Que em Itabuna – e não de agora – se mata e fica por isso mesmo, não é novidade. De agora, e para assombro de todos, é a informação de um policial amigo meu, que não quer ser identificado aqui, de que aqui em Itabuna há milhares de homicídios sem inquéritos para investigá-los. Ante tal estatística, a primeira pergunta que ocorre a qualquer cidadão é: por que isso? Por falta de estrutura operacional, um problema cuja raiz está precisamente no pequeno número de delegados e agentes de Polícia, uma vez que compete a eles – e somente a eles – a atribuição de instaurar e conduzir inquéritos policiais. O problema é de suma gravidade e reside aí, nesse cenário pavoroso de tantos assassinatos impunes, a explicação para tanta criminalidade em Itabuna, que está entre as 22 cidades onde mais se mata gente no Brasil. Afinal, como deve se sentir o bandido ao saber que os crimes aqui são cometidos e nunca investigados? Evidente que parte considerável desses homicídios ocorreu em governos passados, mas isso não exime de responsabilidade o atual governador Jaques Wagner, agora mais preocupado em economizar dinheiro desativando delegacias no interior do Estado e gastando muito mais em propaganda de governo, do que investindo em segurança pública. Para mudar esse quadro que aí está é necessário, em primeiro lugar, que o sistema policial seja dotado de estrutura capaz de dar conta de sua missão. Para tanto, o que mais importa nesse momento é a convocação imediata de concurso para ampliar o número de delegados, de agentes policiais e de peritos criminais. Um amontoado de homicídios está aí à espera de delegados e de inquéritos para desvendá-los.