Bilhões de pessoas pararam na tarde de ontem para
ver quem seria o sucessor de Pedro a conduzir a barca da Igreja. Assim como a
renúncia de Bento XVI causou surpresa, a escolha de seu sucessor deixou-nos da
mesma forma: admirados! Então na bancada central da Basílica de São Pedro
apareceu o cardeal Jorge Mario Bergoglio, recém-eleito. Sua aparição foi
simples, mas já cheia de simbolismos. Vejamos. Pediu orações pelo papa emérito,
demonstrando, assim, afeto, respeito e também vontade de dar continuidade ao
seu trabalho. Falou em hospitalidade e fraternidade, traços com certeza de seu
carisma como pessoa, reflexos de sua personalidade, conforme disseram aqueles
que com ele já conviveram. Estava com a mesma cruz peitoral que já utilizava
nas ruas de Buenos Aires, um traço de simplicidade! Solicitando um momento de
silêncio, mesmo com 76 anos, curvou-se e pediu ao povo oração para si. Ali, com
certeza, ele pensava sobre o peso do encargo agora abraçado, e totalmente
consciente disso, corajosamente suplicou preces e orações para o seu
ministério. Por fim, escolheu o nome de Francisco. Uma novidade! É o primeiro
papa a querer chamar-se como o pobrezinho de Assis. Nas reportagens, se falava
constantemente que o cardeal Jorge Bergoglio cozinhava para si, andava de
transporte público na capital argentina e levava uma vida de desapego! Com
certeza a nova alcunha é reflexo dos passos por ele trilhados. Pois bem, agora
resta-nos aguardar como será o ministério do papa Francisco I. O fato de ser da
América do Sul redireciona o olhar da Igreja para o nosso continente. Quem
poderia imaginar? O próprio cardeal Bergoglio disse que seus irmãos cardeais
foram buscar um papa lá no fim do mundo! Que bom! Enche-nos de esperança um Papa
com uma experiência geográfica tão nossa, uma vivência continental de
realidades tão desiguais, e que ele não “escutou”, mas presenciou em toda a sua
trajetória de vida.

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