O arcebispo sul-africano Wilfrid Fox Napier, um dos 115 cardeais que
participaram da eleição do novo papa, defendeu neste sábado que a pedofilia
seria uma "doença" psicológica, "não uma condição
criminal". A afirmação causou indignação entre especialistas e vítimas de
abusos de sacerdotes da Igreja Católica. "(A pedofilia) é uma condição
psicológica, uma desordem. O que você faz com transtornos? Você tem que tentar
consertá-los", declarou, em entrevista à Rádio 5, da BBC. "Se alguém
'normal' escolher quebrar a lei, sabendo que está quebrando a lei, então eu
acho que precisa ser punido. Agora não me diga que essas pessoas (pedófilos)
são criminalmente responsáveis, como alguém que escolhe fazer algo assim. Eu
não acho que você pode realmente tomar a posição de dizer que a pessoa mereça
ser punida. Ele mesmo foi afetado (na infância)", considerou. Os
comentários de Napier foram amplamente criticados. "Pode ser que
(pedofilia) seja uma doença, mas também é um crime e os crimes são punidos. Os
criminosos são responsabilizados pelo que fizeram e o que fazem", diz
Barbara Dorries, que foi vítima de abusos por parte de um padre quando era
criança e hoje trabalha para uma ONG com sede em Chicago que trata do tema.
Para Michael Walsh, que escreveu uma biografia do falecido papa João Paulo 2º,
as afirmações do cardeal Napier refletem uma posição que já foi comum na Igreja
Católica no Reino Unido e nos Estados Unidos. "Eles chegaram a acreditar
que essa era uma condição que podia ser tratada. Muitos bispos simplesmente
mudaram o lugar de atuação de seus sacerdotes e tentaram esconder o fato de que
eles tinham cometido esses crimes", disse. Informações da BBC Brasil.

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