O rio só é belo porque suas margens são tecidas para promoverem o encontro das
águas com a humanidade, e não o choque com o barro, e se ele morre a vida se
esvai junto com ele. E nessa linha de raciocínio, não podemos esquecer que
vivemos em Itabuna, cercados pela natureza, em plena Mata Atlântica do sul da
Bahia, com rios perenes. Esses rios são fontes vitais para a vida humana. A
água é o líquido mais precioso do mundo. Sem ele a vida perece. As ações
humanas que desprezam o valor da água se tornam absurdas e até mesmo
inconseqüentes, e se persistirmos em esquecer as margens dos rios, vamos de
olhos vendados ao encontro do precipício. Os gestores e os políticos, não devem
fazer planejamentos de crescimento econômico sustentável sem considerar e
priorizar as fontes naturais dos cursos de água. Isso porque, como já se disse,
água é sinônimo de vida. É como diz o adágio popular: “Só percebemos o valor da
água depois que a fonte seca”. Por isso tudo, é imperioso indagar: o quê se tem
feito em prol da vida do Rio Cachoeira; Rio Almada, Rio Colônia...? Ou
perguntando de outra forma: qual a preocupação de nossos parlamentares com os
rios regionais e, em particular, o Rio Cachoeira, que é o veio mais intenso da
bacia hidrográfica da micro região cacaueira? Para responder essas indagações,
recorre-se à memória recente das festividades de final de ano, ocasião em que
foi comemorado, em grande estilo, pompas e folguedos a destinação de emendas
parlamentares para os diversos setores produtivos, econômicos, industriais e
humanitários. Esquecem, esses ilustres e “iluminados” senhores e senhoras, que
uma sociedade não prospera, não cresce, não vinga, sem o líquido precioso que
se chama água! Ninguém pode esquecer que a água alimenta e restabelece o curso
da vida, igualmente o amor enche de brilhos os olhos dos apaixonados, tal como
a felicidade que inunda de sorrisos as faces mais indiferentes e sombrias. O
fato é que o rio, que acolhe, num abraço ardente, as águas, suporta o rigor do
clima, a perversão dos resíduos humanos, o medo da motosserra, o conflito de
uso e o desmoronamento de suas margens. Todavia, não aguenta a perversão
humana, o descaso, o desrespeito, o alheamento, o desleixo, o abandono daqueles
que devem zelar pelo bem da população. Sem água, repito, não há vida neste rio
que ainda corre e desce em direção ao oceano atlântico. O Rio Cachoeira, que
sustenta a vida regional, alimenta e sacia a sede de mais de um milhão de
pessoas, é responsável pelo progresso da pecuária, da agricultura, da piscicultura,
da fauna, da flora, enfim, de todos os biomas que nos cercam. Então, ele não
merece um olhar de carinho, um projeto político, neste começo de 2013? O
orçamento do Estado e da União foram aprovados em dezembro, neles, não consta
rubrica com recursos financeiros para investimento na gestão do Rio Cachoeira e
seus afluentes. Será que nossos ilustres representantes na Assembleia
Legislativa E Congresso Nacional não sentem que o Rio Cachoeira está se asfixiando
na miséria da escassez? E, neste início de 2013, a maior manifestação de
respeito que o rio cachoeira pode receber é o carinho, o respeito, o zelo e o
cuidado de todos nós. Isso por que nossas vidas estão irmanadas com ele, assim
como a natureza de um fio umbilical. Não se pode esquecê-lo. Também não se pode
deixar de agradecê-lo pela vida. E nem deixá-lo morrer!
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