O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será
investigado pelas denúncias feitas pelo publicitário condenado pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) Marcos Valério, de que teve contas pessoais pagas
com dinheiro do esquema do mensalão. A informação foi publicada nesta
quarta-feira (9) pelo "O Estado de S. Paulo". Segundo o jornal, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai enviar o caso à Justiça.
Como não possui mais mais foro privilegiado, Lula poderá ser investigado pelo
Ministério Público Federal em São Paulo, Brasília ou Minas Gerais. De acordo
com a reportagem, o ex-presidente poderá ser chamado para prestar depoimento,
assim como Marcos Valério, que afirmou que o esquema do mensalão pagou despesas
pessoais de Lula. Ao saber das acusações, em dezembro do ano passado, o
ex-presidente Lula chamou Marcos Valério de mentiroso. "Eu não posso acreditar
em mentira, eu não posso responder mentira”, disse na ocasião. Procurado pelo
jornal, o Instituto Lula informou que o ex-presidente está viajando e que não
iria comentar a informação de que o MPF vai investigar as acusações de Marcos
Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão por envolvimento com o mensalão.
ENTENDA AS DENÚNCIAS DE MARCOS VALÉRIO - Em depoimento ao Ministério Público em
24 de setembro do ano passado, a que o jornal "O Estado de S. Paulo"
teve acesso, Marcos Valério, considerado o operador do mensalão, teria dito que
o ex-presidente usou dinheiro do esquema para "despesas pessoais". Os
recursos teriam chegado a Lula por meio de depósito na conta da empresa de
Freud Godoy, ex-assessor do petista. Segundo o depoimento de Valério reproduzido
pelo jornal, Lula teria ainda dado "ok" para empréstimos de Valério
junto a bancos para financiar o esquema do mensalão. A contrapartida pela ajuda
de Valério teria sido o pagamento da defesa do publicitário no julgamento do
mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), no valor de R$ 4 milhões. O PT nega
ter pago os honorários, e o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, não se
manifestou. As denúncias de Valério citam ainda o senador Humberto Costa
(PT-PE) e o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT). Sobre
Costa, Valério afirma que o senador teria recebido, em sua campanha de 2002, R$
512.337,00, por meio de sua tesoureira de campanha, Eristela Feitoza.
"Isso é um assunto requentado. Isso é um assunto de 2005, levantado e
devidamente respondido", respondeu o senador. Já sobre Marinho, Marcos
Valério diz que ele teria sido o intermediário para a edição de uma medida
provisória que beneficiou o banco BMG, dando à instituição exclusividade, por
90 dias, na exploração de crédito consignado. Em nota, o prefeito negou a
acusação.
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