WAGNER E OS PROFESSORES NÃO SE MISTURAM

A atual greve dos professores estaduais e a insensibilidade do governo refletem a situação de um Estado que insiste em não crescer para continuar sendo apenas um ator de segunda linha no cenário nacional. Sabemos todos que sem investimento e consequentemente sem um sistema de educação de qualidade nenhum Estado tem capacidade de se desenvolver plenamente e se tornar uma potência econômica e social. Falta-lhe o ingrediente imprescindível para alcançar a fortuna: O poder do conhecimento. A economia baiana desacelerou e agora rasteja com uma expectativa de expansão mínima neste ano. Aponta como um dos fatores causadores desta letargia a ausência de investimentos em educação e conclui que este setor não só ficou para trás, como também a sua fraqueza impediu a Bahia de realizar o seu pleno potencial. Quando o cenário econômico demonstrou vigor o governo da Bahia não tomou nenhuma medida para tornarmos nosso boom econômico sustentável. Os baianos assistiram e ainda assistem o crescimento econômico do Ceara e de Pernambuco, em condições muito mais vantajosas que na Bahia. O governo descumpre compromisso assumido com os docentes e imagina ser possível oferecer ensino de qualidade pagando salário de soldado a um professor. Já o soldado também está insatisfeito com o salário de guarda municipal que recebe. Inúmeros são os professores que, com prejuízo para a qualidade dos serviços que prestam à educação, são obrigados a procurar outras fontes de renda. A greve dos policiais acabou. A greve dos professores continua e outras greves inevitavelmente ocorrerão. O governador Jaques Wagner esqueceu o que viveu, escreveu ou simplesmente mudou? Governador, o senhor deveria aprender com o professor Derek Bok, Reitor em Harvard entre 1968 e 1971. Ele alertou que “se você acha que educação é cara, experimente a ignorância”.