NOSSOS POLITICOS E GOVERNANTES ESTÃO NEGLIGENCIANDO COM ITABUNA

As cidades também morrem. Há vinte anos, o lema de Itabuna era “a cidade não pode parar”. Hoje, nosso slogan deveria ser “Itabuna não pode morrer”. Porém, parece que o governo de Jaques Wagner faz todo o possível para apressar uma morte anunciada. Há cinco anos havia 18 viaturas policiais em Itabuna; atualmente são apenas 7; há cinco anos o Estado não constrói uma só sala de aula na cidade e abandonou o termino das obras de conclusão do centro de Convenções e do Teatro. O presídio já está com sua população carcerária em estado insuportável de lotação. Órgãos estaduais como Direc e DIRES são fictícios na cidade e só servem para garantir altos salários para parentes e aderentes de políticos correligionários do governador. Wagner deixou o Departamento de Polícia Técnica (DPT) em condições de completo sucateamento. O DPT de Itabuna está quase morto, mas em Ilhéus a situação é muito mais dramática, pois o órgão nem existe. Os mortos ilheenses são necropsiados em Itabuna. Pior, o que acontece na maior cidade sulbaiana tornou-se, infelizmente, um modelo de desgoverno que se reproduz Bahia afora. Estão frente a um verdadeiro genocídio das cidades baianas. Aqui se mata mais que em países em guerra. Itabuna não pode ficar sem policia e nem pode continuar contando homicídios quase que diários. Uma cidade não pode permitir isso, e nem que cerca de um policial trabalhe por dois, três, ou dispor apenas cinco litros de combustíveis para viaturas policiais, camburão e rabecão. O Estado não consegue gerenciar um sistema de segurança pública que acabe, ou diminua o poderio dos traficantes em Itabuna. Não tem como sobreviver uma cidade que não tem policia suficiente para o enfrentamento do crime. Nenhuma cidade no mundo pode pretender sobreviver deixando que sua juventude seja menosprezada pelos governantes. São políticas públicas que viabilizam maior geração de emprego e renda; que garante o acesso gratuito à educação, saúde e capacitação profissional. É o Estado quem deve assegurar a tranqüilidade do povo. Mas em Itabuna tudo se pode, inclusive cometer o despautério de querer eleger parasitas e corruptos. Itabuna é uma cidade onde há tempos não se discute mais democraticamente seu planejamento, impondo-se a toque de caixa políticas caça-níqueis ou populistas, com forte caráter segregador. Mas, acima de tudo, Itabuna é uma cidade que acha normal expulsar seus pobres para sempre mais longe, relegar mais da metade de sua população, ou cerca de 130 mil de pessoas, a uma vida precária e insalubre em favelas, loteamentos clandestinos, quando não na rua; uma cidade que dá à problemática da habitação pouca ou nenhuma importância, que não prevê enfrentar tal questão com a prioridade e a escala que ela merece, esta cidade caminha para sua implosão, se é que ela já não começou. A favelização de Itabuna, gera revolta e desigualdade social, aumenta a problemática da violência urbana. Nenhuma comunidade, nenhuma empresa, nenhum bairro, nenhum comércio, nenhuma escola, nenhuma universidade, nem uma família, ninguém pode sobreviver com dignidade quando todos os parâmetros de uma socialização minimamente justa, democrática, eficiente e sustentável foram deixados para trás. E nossa capacidade de garantir para nossos filhos e netos uma cidade em que todos – ricos e pobres – possam nela viver. Se nossos governantes, de qualquer partido que seja, não atentarem para isso, o que significa enfrentar interesses poderosos, a cidade de Itabuna talvez já possa agendar o dia se deu funeral. Para o azar dos que dela não puderem fugir.