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19 de junho de 2012

A PROMISCUIDADE DO SETOR PRIVADO NA CORRUPÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS

No que diz respeito à corrupção, a vida no Brasil vai de escândalo em escândalo, com breves intervalos para um cafezinho. A partir do anúncio de uma operação, assistimos a uma sucessão de informações em doses homeopáticas. Seguem
então as acrobacias dos advogados de defesa dos acusados - não para rebater o conteúdo das acusações, mas para achar brechas na legislação visando o arquivamento dos processos. É lamentável observar a que se reduziu o direito nesses casos. Essas estratégias dissimuladoras, além de gerarem profunda indignação na maioria dos cidadãos, também causam mágoas políticas que levam ao afastamento de muitos da vida política do país, o que é uma perda inestimável. Essa reação, entretanto, desconsidera o fato de que o desdém com a política só faz com que se perpetue esse tipo de prática. Avançaremos mais no combate à corrupção na medida em que ela for entendida como uma corresponsabilidade dos governos, das áreas legislativa e judiciária, das empresas e da sociedade civil. Por isso, precisamos aprofundar a participação, como se cada escândalo fosse o combustível que nos conduz à ação. Um dos caminhos para uma mudança estrutural é atuar nas causas desses escândalos, principalmente na relação promíscua entre o público e o privado, contaminada de distorções há muito construídas e que se evidenciam, sobretudo, no período eleitoral. O desafio é incentivar ações voluntárias e regulamentações que reduzam a chance de troca de favores entre pessoas jurídicas e partidos políticos. Há de se estimular a ação voluntária das empresas na promoção da integridade e no combate à corrupção, tendo como objetivo a transparência, a adoção de um código de ética e a qualificação de seus colaboradores para tratar o tema. Nesse caminho, muitas empresas têm assumido compromissos, dando visibilidade a suas ações e submetendo a sua reputação à opinião pública. Até hoje, no Brasil, as pessoas jurídicas não são responsabilizadas por atos de corrupção - somente os funcionários envolvidos, pessoas físicas. Isso gera uma enorme distorção, que precisa ser corrigida o mais rápido possível. Quanto mais desvincularmos o interesse público do interesse privado, mais estaremos valorizando a política e as empresas sérias e contribuindo para a consolidação de nossa democracia.

3 comentários:

  1. Ângela Maria Lopes20 junho, 2012

    Há uma promiscuidade enorme entre empreteiros, políticos e governantes.
    Será que somente a Justiça não enxerga isso?

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  2. E o pior é que a imprensa não está repercutindo isso com a devida importância.
    Juscelino Soares de Souza

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  3. SÓ TEM CORRUPTO NA POLÍTICA... OS EMPRESÁRIOS SABEM DISSO... E OS COMPRAM.

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