Nas minhas andanças por Itabuna, invariavelmente, me deparo com cenas que logo indicam o uso de drogas: maconha e crack. Não preciso do faro canino para constatar o uso frequente de maconha e, como amigo de algu
ns viciados, os abordo tentando falar sobre o mal das drogas e saio com o compromisso do usuário de sua tentativa de sair do vício. Já vi de tudo, farrapos de homens, mulheres, meninas e meninos de cócoras com cachimbo nas mãos iniciando o ritual do “craqueiro”. Minha presença,muitas vezes, incomoda e significa perda para eles, tendo que jogar a pedra fora, ou mesmo interromper a “viagem” que só ela lhes oferta. Mas a vida sempre nos surpreende. Eis que num caminho, em área escura transversal a rua onde resido, encontro dois fortões iniciando o ritual do uso do crack e os abordo com expressão do jargão dos nóias: “Tão voando manos?”. Os dois não se sentem rogados, apenas me reconhecem como vizinhos de bairro e logo afirmam que tinham saído da cadeia no dia anterior, após 4 meses, por crime de furto. Eles afirmaram que na cadeia não tinham tanta disponibilidade de crack e lá se alimentavam regularmente. Compreenderam a confusão que me causaram e, em seguida, sentenciaram que dali a 30 dias estariam novamente magros e consumidos pela droga, sem demonstrar nenhuma preocupação em voltar para a cadeia, pois a única prisão deles é a compulsão pelo uso do crack. Há, no País, ampla discussão sobre a previsão legal da retirada de dependentes químicos das ruas para tratamento compulsório, grande parte deles recém-egressos e futuros hóspedes do cárcere. Com menos dinheiro e mais atitude, o programa “Crack, é possível vencer” poderia investir na desintoxicação dos dependentes químicos encarcerados, ofertando tratamento especializado na difícil fase da abstinência e, como contrapartida, redução da pena e reinserção social chancelada pelo Estado.
ns viciados, os abordo tentando falar sobre o mal das drogas e saio com o compromisso do usuário de sua tentativa de sair do vício. Já vi de tudo, farrapos de homens, mulheres, meninas e meninos de cócoras com cachimbo nas mãos iniciando o ritual do “craqueiro”. Minha presença,muitas vezes, incomoda e significa perda para eles, tendo que jogar a pedra fora, ou mesmo interromper a “viagem” que só ela lhes oferta. Mas a vida sempre nos surpreende. Eis que num caminho, em área escura transversal a rua onde resido, encontro dois fortões iniciando o ritual do uso do crack e os abordo com expressão do jargão dos nóias: “Tão voando manos?”. Os dois não se sentem rogados, apenas me reconhecem como vizinhos de bairro e logo afirmam que tinham saído da cadeia no dia anterior, após 4 meses, por crime de furto. Eles afirmaram que na cadeia não tinham tanta disponibilidade de crack e lá se alimentavam regularmente. Compreenderam a confusão que me causaram e, em seguida, sentenciaram que dali a 30 dias estariam novamente magros e consumidos pela droga, sem demonstrar nenhuma preocupação em voltar para a cadeia, pois a única prisão deles é a compulsão pelo uso do crack. Há, no País, ampla discussão sobre a previsão legal da retirada de dependentes químicos das ruas para tratamento compulsório, grande parte deles recém-egressos e futuros hóspedes do cárcere. Com menos dinheiro e mais atitude, o programa “Crack, é possível vencer” poderia investir na desintoxicação dos dependentes químicos encarcerados, ofertando tratamento especializado na difícil fase da abstinência e, como contrapartida, redução da pena e reinserção social chancelada pelo Estado.
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