Não é novidade o fato da Bahia ocupar as primeiras posições no ranking de violência do Brasil, que, diga-se de passagem, é um dos países mais violentos do mundo. É corriqueira a di
vulgação de dados que escancaram essa triste realidade. Até mesmo o Poder Público reconhece o problema e promete, costumeiramente, sua superação como um dos principais desafios a ser alcançado. Embora nossos governantes estaduais se restrinjam somente as falácias. Entretanto, no que pese todo esse diagnóstico, ainda estamos longe de virar essa página. Em cada canto do nosso estado (Itabuna que o diga), a impressão é de que a violência está cada vez mais presente na vida dos cidadãos e cidadãs baianos. Paralelo a este quadro, presenciamos políticos com discursos enfáticos apontando ações milagrosas para resolução do problema. Sempre que surgi um caso de repercussão na mídia vemos as mesmas respostas que se resumem, basicamente, ao aumento do efetivo policial, aquisição de viaturas, a instalação de circuitos de vídeomonitoramento em via pública, etc. Porém não é dito que a Bahia ainda não possui uma Política de Segurança Pública. Parece que o que temos como resposta ao problema complexo da criminalidade são programas paliativos, que infelizmente não dialoga com as várias facetas da comunidade e que possui mais investimento em marketing do que muitas políticas essenciais a população. No âmbito dos municípios sulbaianos a situação é muito preocupante. Apesar de abrigarmos diversas cidades com altos índices de violência letal contra adolescentes e jovens, nenhuma cidade conta com um programa de enfrentamento ao extermínio da juventude. As ações, quando existentes, são isoladas, desfocadas e pouco eficientes. Enquanto isso o nosso sangue jorra pelas ruas, praças e calçadas. O noticiário mostra diariamente o drama vivido em nossa comunidade. Homicídios, sendo execuções sumárias e chacinas; toque de recolher; agressões e abusos são notícias recorrentes em Itabuna. No entanto um fato típico se aproxima: o processo eleitoral. A eleição é um momento emblemático na discussão de segurança pública. É quando surge às melhores retóricas possíveis para o enfrentamento da violência. Sempre aparece um político com propostas melhores do que os outros. Aparece o “Super Homem”, ou a “Super Mulher” que, surpreendentemente, se torna o campeão de votos sem nunca ter demonstrado nenhuma capacidade para ter êxito em gestão pública. Aparece aquele “político do vídeomonitoramento” querendo colher os dividendos daquelas exposições absurdas. Aparece os diversos operadores do sistema de justiça e segurança pública se apresentando como os verdadeiros entendedores do assunto. Enfim, todos aqueles que poderiam se envolver verdadeiramente com a questão em momento anterior, se colocam como os “salvadores da pátria”. Por isso é necessário o alerta. Não devemos mais aceitar soluções mirabolantes para um problema tão complexo. Não podemos aceitar que a segurança pública seja tratada simples e exclusivamente como caso de polícia. Não podemos aceitar as ridículas ações contraditórias e pontuais ditas de prevenção. Não podemos aceitar que a repressão e a criminalização sejam o foco. Não podemos aceitar caminhos autoritários que afastam a sociedade da verdadeira discussão do problema. Ou seja, não podemos mais aceitar que nossos corpos juvenis, pobres e negros sejam tratados como máquina de fabricar votos. Carecemos urgentemente de uma discussão sobre um novo modelo de segurança pública, que assegure os direitos humanos de todos e todas e que incorpore definitivamente o enfrentamento ao machismo, racismo, homofobia e as demais formas de opressão como causas estruturais para produção e manutenção da violência, pois é certo que enquanto o modelo vigente imperar cada autoridade pública será co-responsável por cada ato violento produzido em nossos territórios.
É TANTA VIOLÊNCIA QUE CHEGA A ASSUSTAR .. HOJE VOCE NAO PODE MAL SAIR QUE VOCE LEVA UM RISCO DE LEVAR UMA BALA PERDIDA.
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