HÁ ANOS, NADA EVOLUI NA EDUCAÇÃO

O que querem os professores baianos? Ao cruzarem os braços, com pretensões não recentes nem isoladas, eles invadem a Assembléia Legislativa da Bahia e as ruas de Salvador e das principais cidades do interior baiano e caminham com suas listas de reivindicações. Em Itabuna os grevistas invadiram a sede da DIREC e lá estão tentando persuadir o governo a adotar o piso salarial nacional e proporcionar melhores condições de trabalho para os professores. São reclamações que interessam a toda a classe do professorado, que está exaurida de ser humilhada pelos governantes e políticos. Já escrevi dezenas de artigos sobre as mazelas que nos cercam. Não me canso de dizer que nada, absolutamente nada, mudou, na educação pública. E se houve mudança, não foi para melhor. Itabuna está há cinco anos sem construção de uma só sala de aula. Deus me livre de ser infectado pelo vírus do pessimismo. A altura dos meus 51 anos, seria fatal. Por isso, tenho acreditado na luta dos professores, essa imprescindível especialidade, muitas vezes mágica, que transforma palavras e números em oportunidades de desenvolvimento humano e melhoria de qualidade de vida. Nossos governantes fingem não saber que a vida humana é a mesma, se de Lula e Dilma ou dos ferrados da sorte. Se ricos ou mendigos, temos os mesmos compromissos éticos e também os mesmos ônus civis. Num país em que se acha justo pagar um milhão de reais (ou mais!) por quilômetro de uma estrada onde todos circulam, não há argumentos para pagar mal a professores. O fato é que esses socialistoides, que há anos beiçam as tetas do Ministério da Educação – desde Fernando Henrique –, acham, por exemplo, que os aumentos dos encargos de subsistência do trabalhador da educação, não justificam majoração anual no valor de salários dos nossos abnegados educadores.