SOMOS UM POVO BEM-DISPOSTO E ESTÚPIDO

É muito fácil perceber que o Brasil possui um povo alegre, feliz, e todas aquelas definições difundidas em propaganda de turismo, mas também é fato concluir que o país tem um povo ignorante. E me incluo como um. Quem não lê os jornais, blogs, sites, ou ouvi rádios e assiste televisão, já podemos enquadrar nesta definição. O país tem uma alta taxa de analfabetismo, além dos analfabetos funcionais que são aqueles que sabem ler, mas não conseguem interpretar o texto. Por sorte, os primeiros não são obrigados a votar, mas não são impedidos de exercer esse direito, podendo até, em regiões mais pobres, favorecer o coronelismo, que ainda existe. Os segundos são altamente influenciáveis, pois não conseguem formar uma opinião coesa, e em geral são alienados. Essa palavra é tão perfeita para nos definir que sabemos que a maior parte da população está assim, devido a falta de estrutura de nossas escolas, vivemos com medo, principalmente nas grandes cidades e a maioria da população, quando confrontada com essas definições, simplesmente age descompromissadamente e fala que isso é problema de outra pessoa. Viver na ignorância até pode parecer um bom negócio. Imagina a felicidade de muitos que ignoravam sintomas de doenças graves, com medo de ir ao médico, imaginando que “quem procura acha”, e ver sua vida acabar por ter que conviver com tratamentos. Ou quem sabe, aquele mais rico, que pode ignorar tudo que se passa nesse país, e se isolar em uma fazenda, ou mudar de país. Ignorar tudo não dá. Não dá pra ignorar a propaganda escancarada de candidatos que burlam as leis eleitorais, fazendo campanha antecipada em Itabuna. Não dá para ignorar, uma quadrilha, ser acusada de infestar o sul da Bahia com a terrível vassoura de bruxa, independente de ter culpa ou não. Não dá para aturar o abandono de obras públicas e sucateamento da saúde, com segurança submetida à condição de calamidade e descaso governamental. Se “a ignorância é uma benção”, parece que nós estamos seguindo a risca.