PROFESSORES CONTINUAM NO CAB

Ainda sem avanços nas negociações, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), professor Rui Oliveira, declarou que a greve não tem prazo para acabar e vai se prolongar até a próxima semana. Usando camisas com os dizeres “Governador, acordo é para ser cumprido. 22% já!”, cerca de 500 professores da rede estadual da Bahia e sindicalistas ainda ocupam, desde a noite de quarta-feira, o saguão da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). “Estamos tendo o apoio de diversos sindicatos e também de movimentos estudantis. Durante o dia temos muitos professores se reunindo para debates e discussões. À noite, cerca de 100 pessoas dormem na Assembleia.”, relatou Oliveira. O presidente do APLB revelou ainda que na próxima terça-feira (24), outras categorias do funcionalismo público estarão presentes na Assembleia para dar apoio ao movimento. “Terça-feira será um dia especial para todos nós porque vamos comemorar os 60 anos de criação do sindicato. O governador Jaques Wagner prometeu, em 2011, que iria fornecer o reajuste de 22%, mas não cumpriu. Vamos sair daqui somente quando realmente existir um acordo.”, declarou Oliveira. Os 37,8 mil docentes da rede estadual estão em greve há dez dias, cobrando um reajuste salarial de 22,22% para a categoria. Os professores tentam pressionar o governo a pagar o piso nacional estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) de R$ 1.679,70. Atualmente, eles recebem R$ 1.451. Segundo a Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb), o governo não tem condições de absorver o impacto de R$ 411 milhões no Orçamento que o aumento provocaria este ano. Sem acordos, a Secretaria de Educação do Estado, baseada na decisão da Justiça, informou que vai cortar o ponto dos professores grevistas, no momento em que foi declarado que é ilegal a paralisação dos docentes. “Cortar o pouco que tem não faz falta. O nosso salário já é baixo, então não vai fazer muita diferença. Mas vamos recorrer da decisão.”, disse o presidente do APLB. (Sergio Toniello Filho).