Terminaram na manhã deste domingo os desfiles do segundo dia do Grupo Especial do Carnaval São Paulo. Sete escolas de samba se apresentaram. Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre e Águia de Ouro se destacaram. A Gaviões animou o público com um enredo sobre o ex-presidente Lula. A Mocidade chamou a atenção com sua bateria, num enredo sobre Jorge Amado. Já a Águia de Ouro levou ao sambódromo Caetano Veloso e Gilberto Gil com um enredo sobre a Tropicália. A primeira a desfilar no segundo dia do Carnaval de São Paulo foi a Dragões da Real. Na estreia no Grupo Especial, a escola apresentou um enredo em homenagem às mães. As mães batalhadoras foram destaque. O desfile teve participação das Mães da Sé, associação que se reúne para ajudar na busca dos filhos desaparecidos. Uma das alegorias homenageou ainda as mães dos juízes de futebol, e trouxe um tom bem-humorado para o desfile. A Pérola Negra foi a segunda escola a entrar no sambódromo. A escola desfilou com o enredo "A Pedra que Canta Também Samba, Itanhaém, hoje a Pérola é Você!", em homenagem à cidade do litoral de São Paulo. Com um desfile colorido, a Pérola foi uma das que empolgaram o público nesta noite. A fantasia do casal de mestre-sala e porta-bandeira André Guedes e Gisa Camilo, que representava o encontro das águas, chamou a atenção pelas luzes de LED. A Mocidade Alegre, terceira escola a passar pela avenida, mostrou um enredo baseado no livro "Tenda dos Milagres", de Jorge Amado. A bateria foi o maior destaque da escola. A rainha Aline Oliveira inovou: subiu em uma estrutura à frente dos músicos e também tocou um instrumento. A bateria ainda fez paradinhas para o público e caprichou na decoração dos instrumentos. "Foi a primeira escola nesses dois dias que realmente levantou o público. O enredo é espetacular, foi um desfile maravilhoso", disse Leci Brandão, apontando para o público nas arquibancadas, ainda vibrando no fim do desfile da Mocidade. A Águia de Ouro levou uma Tropicália alegre e divertida para a avenida, com Gilberto Gil e Caetano Veloso em um dos carros da escola. Ao fim do desfile, Gil disse que chorou o tempo todo e que foi uma grande emoção. Outras participações ilustres da Águia foram foram Cauby Peixoto e Rita Lee. Uma das alegorias da escola era uma referência aos festivais de música e trazia vários sósias de artistas. Outro destaque foi o último carro, uma divertida homenagem ao apresentador Chacrinha. Já a Unidos de Vila Maria levou para o Anhembi um enredo sobre as mãos. Um dos destaques da escola foi a comissão de frente, que representou a mão de Deus na criação do universo: uma grande mão segurava um globo que soltava faíscas. No chão, os bailarinos giravam em coreografia. O carro abre-alas também chamou a atenção. Inspirado na obra Criação de Adão, de Michelangelo, a alegoria mostrou Deus no papel de artesão, criando o homem do barro e do sopro das estrelas. A Gaviões da Fiel foi a penúltima a entrar no sambódromo e animou o público com um enredo sobre a história do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O homenageado não pode participar do desfile por recomendação médica, mas foi representado pela mulher, Marisa Letícia, que desfilou no último carro, que simbolizava a paixão de Lula pelo time da escola. Lula gravou um vídeo para agradecer a homenagem. "Estejam certos, essa é uma das maiores homenagens que eu já recebi na minha vida", diz. A história do ex-presidente foi apresentada por uma comissão de frente inspirada na literatura de cordel. As duas musas da escola, Tati Minerato e Sabrina Sato, chamaram a atenção à frente da bateria --que protagonizou a grande surpresa da noite. No meio do desfile os ritmistas trocaram de fantasia, passando de operários para presidentes. A Tom Maior fechou os desfiles do Grupo Especial de São Paulo, com um enredo sobre a paz. Um dos destaques da escola foi o último carro, que homenageou o ex-presidente da escola Marko Antonio da Silva, morto no ano passado. O quarto carro também chamou a atenção: ele trazia um caramujo sorridente e, dentro, uma favela pacificada. Também se destacou a lembrança da escola a grandes pacifistas como Mahatma Gandhi e Madre Teresa de Calcutá. Eles tiveram suas fotos como parte das fantasias.
As escolas de samba de São Paulo não ficam devendo nada para as escolas do Rio de Janeiro... é tudo muito perfeito e bonito. Nivaldo Dantas
ResponderExcluirPrezado amigo Val Cabral
ResponderExcluirA loucura do carnaval é parte da necessidade humana de se libertar dos padrões vividos no cotidiano. Segundo Platão: “Sócrates afirmava que conhecemos dois tipos de loucura:uma que deriva dos males humanos, e, outra, quando o Céu nos liberta das convenções estabelecidas”. Bom carnaval para todos.
Paulo do Pontalzinho
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