DISPUTA POR SECRETARIA DE GOVERNO VOLTA A ACIRRAR GUERRA INTERNA NO PT

Exclusivo. É frágil e superficial o discurso de aparente unidade que o Partido dos Trabalhadores tenta passar para a opinião pública sobre a relação entre os seus dois pré-candidatos a prefeito de Ilhéus, o vereador Alisson Mendonça e o deputado federal Josias Gomes, às vésperas da escolha do nome petista à sucessão no Palácio Paranaguá. O clima que nunca foi de paz, continua quente. E a mais recente prova destes conflitos internos envolve a disputa silenciosa pela indicação do novo secretário de Governo, a pessoa que vai substituir Alisson Mendonça na pasta. O nome preferido do deputado Josias Gomes é o do ex-gestor da Direc-6, Ednei Mendonça, que também teria a simpatia do prefeito Newton Lima. Mas Alisson trabalha contra. O nome que tenta emplacar é o do advogado Fernando Hughes, atual secretário municipal de Administração. Hughes, além de ocupar com desenvoltura - e com certo destaque - uma secretaria municipal, é advogado do próprio Alisson nos processos em que resultaram na rejeição de suas contas quando foi presidente do Legislativo junto ao Tribunal de Contas dos Municípios. A favor de Hughes estaria o fato de que, em pouco tempo, além de conquistar a confiança do prefeito, conseguiu desatar nós importantes na secretaria de Administração, viabilizando um setor importante do governo municipal. Intocado - A preocupação de Alisson é tão grande sobre quem o substituirá na pasta, que ele terminou por protagonizar uma cena, no mínimo, inusitada na reabertura da Câmara, semana passada. Alisson foi à sessão, mas não reassumiu a sua função de vereador. Ficou "intocado", em uma das salas da Câmara, temendo que o seu suplente - e adversário -, o primo Rafael Benevides, fosse para a reabertura dos trabalhos e ocupasse a vaga. "Se Rafael aparecesse no plenário ele iria imediatamente para a sessão. Como não apareceu ele retardou em alguns dias a sua saída da Prefeitura", disse uma fonte. É que Alisson, apesar do retorno das atividades no legislativo, ainda não pediu exoneração do cargo de secretário. A idéia é sair, já com o substituto (o seu escolhido, claro) no cargo. Se de um lado Alisson fala em "tranquilidade" e uma "definição madura" sobre o nome petista que disputará a eleição, fontes do PT garantem que "esta definição ainda vai demorar e nunca esteve tão verde". Somente no dia 10 de março é que será escolhido o novo presidente do diretório municipal da sigla e, até lá, segundo a fonte, dificilmente os petistas decidirão por um nome de consenso. Enquanto isso, o PT divide. O tempo, passa. E tanto Alisson quanto Josias, continuam a perder terreno. (www.jornalbahiaonline.com.br).