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Natal Itabuna

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Trief

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9 de janeiro de 2012

QUEREM MESMO MORALIDADE?

As várias décadas vencidas, já balançadas pelo natural percurso de existência maior, levam-me a crer que, infelizmente, a seriedade no Brasil está longe de ser alcançada. Assim o digo, visto que, ao trilhar do comportamento condenável de muitos, pouquíssimos são os militantes na vida pública que desejam moralidade nela. Usei o superlativo, porquanto percebo os que desejam decência no País sentirem-se desamparados. Cansados por não encontrarem o devido apoio dos seus pares, tornando-se em obstáculo para tantos que rezam pela cartilha da desfaçatez existente. E assim os malfeitores vão ganhando espaço, para a tristeza dos que querem o padrão da compostura. Existem malfeitos porque há malfeitores em liberdade. Se o Legislativo, ao longo de alguns anos, tem desfraldado o quadro de “ malfeitos “ a mancheias, usando aspas para seguir a presidente Dilma Rousseff, quando criou o eufemismo para esconder a podridão moral vigente, na qual o próprio Executivo emporcalha-se com a corrupção desmedida, agora o Judiciário, em recesso, deixa o Poder em maus lençóis, diante da opinião pública. Os ministros do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio, tomaram posições preocupantes, que levam os brasileiros a achar que os três Poderes não merecem mais o respeito de outrora. A imagem dos senhores magistrados ficou arranhada, embora saibamos que no colegiado em questão há os que não são feridos pelo desconforto moral do momento. Existem desentendimentos internos e tais não mostram ao público pareceres harmoniosos, sem críticas em suas decisões. A Nação, consternada, a tudo assiste, em meio a tantas propagandas oficiais enganosas de grandeza e desenvolvimento do País, nas quais o dinheiro dos contribuintes também desce pelo ralo do esbanjamento, mostrando ainda falta de seriedade. Tudo, enfim, levando a percepção de que a austeridade também está distante de nós, por mais que desejemos. Voltando ao momento de desconforto no Judiciário, tudo teve início quando a corajosa baiana, cônscia do dever a cumprir, ministra corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon, disse, sem temer represália, que, “há bandidos escondidos atrás da toga". E é verdade, quando se sabe de juízes vendendo sentenças; recebendo dinheiro indevido; procrastinando soluções esperadas; guardando processos nas gavetas etc etc. Não cabe, pois, qualquer mágoa ao Poder, até porque a ministra não generalizou. Todos sabemos que existem magistrados com processos abertos por mau comportamento, denegrindo a imagem daqueloutros que caminham pela compostura que a toga os obriga a ter. Estes, certamente, não encontram motivos para corporativismo em defesa dos faltosos, num colegiado que, outrora, fazia por merecer o respeito do povo brasileiro. Tomaram, em liminar, uma medida descabida, pelo menos em princípio, diminuindo os poderes do Conselho Nacional de Justiça, órgão que vem cumprindo a missão para a qual foi criado. Estamos em frente a um instante que empobrece qualquer nação que se diga respeitosa. E o Brasil não pode mais perder pontos, diante de atitudes negativas. Afinal, o CNJ foi nascido com a obrigação de zelar pela moralidade do Judiciário, procurando evitar que nele a corrupção ganhe fôlego, como vem ocorrendo nos outros dois Poderes da República, e isso acabou de ser visto no Executivo, no ano findo, quando seis ministros foram “guilhotinados". O Poder em questão vive um momento delicado. Aguardemos a volta do recesso, para sentir a posição do Supremo Tribunal Federal, que não pode ser outra senão a do bom senso. Isso é que a Nação espera. Em caso adverso, fica-se mesmo a imaginar que pouquíssimo são os que desejam mesmo seriedade na vida pública, assim como Eliana Calmon tem demonstrado, por isso mesmo já sofrendo uma retaliação descabida. (Adherbal Uzêda).

6 comentários:

  1. Se nenhum de nós temos moral para julgar outros seres humanos, em todos os aspectos, por que ela, a moral, existe ainda, já que deus e pecado não existem?Não somos livres para fazermos o que quisermos?

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  2. Exatamente, você colocou a coisa certa. Por que temos o livre arbítrio ? Não é para exercitá-lo, para aprendermos? Você conhece alguém que nasceu sabendo das coisas e que nunca errou? Porque não existe essa pessoa. O próprio Jesus quando estava no Templo, havia um Mercado lá dentro, e ele perdeu a "estribeira" e começou a chicotear os vendedores ambulantes do Templo. Quando estava na Cruz sofrendo, pediu a Deus, para que fosse feito a vontade Dele (de Deus). Portanto se o próprio Cristo, teve problemas porque nós que somos (comparados com Jesus) infinitamente menos preparados que Jesus seríamos puros? Estamos nesse Planeta para evoluirmos, aprendermos, errarmos e assim corrigir nossos erros, e assim vamos galgando degrau por degrau até chegarmos no fim dessa vida terrena.

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  3. Que idéia cara vc fala isso pensando só em vc, imagina se no mundo não tivesse regras, todos pudessem fazer o que querem, poderiamos roubar teu carro e fica de Boa!, poderiamos matar a tua familia e fica de Boa!, poderia trai vc com sua mulher(se vc tiver) e ficar de Boa! regras foram feitas não para nos tornar escravos e tirar nossa liberdade, mas para viver nossa liberdade com mais segurança e sem confrontar a liberdade dos outros. E Deus existe

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  4. Segundo a visão biblica o homem ao ter decidido ter vida mortal, passou a ter ciência do bem e do mal, do certo e errado. Os mandamentos serviram para orientar a consciência e ignorância do povo . Porém com a fé o homem tem consciência de Deus e de si mesmo, logo busca se equilibrar moralmente.

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  5. Não, a moralidade existia antes da religião. A moral existe até nos animais irracionais.

    Mas como os religiosos se acham superior a tudo e a todos, dizem que só eles tem moral... ¬¬

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  6. Quero expressar minha total admiração pelas matérias, principalmente no que diz respeito a política, com históricos completos, esclarecedores e envolventes. Realmente vocês são o melhores da internet. Meus parabéns. Elizabeth Sabóia da Silva

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