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14 de janeiro de 2012

CNJ APURA MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA NA JUSTIÇA BAIANA

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) afirmou ontem conhecer apenas através da imprensa o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgado quinta-feira pela corregedora Nacional de Justiça e ministra do Superior Tribunal de Justiça, a baiana Eliana Calmon. O documento aponta que, de 2000 a 2010 houve movimentação atípica de R$ 855 milhões nas contas bancárias de 3.426 magistrados e servidores do Judiciário em todo o Brasil. BAHIA - Segundo o relatório, 81,7% das comunicações consideradas atípicas estão concentradas entre servidores do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), Tribunal de Justiça da Bahia e o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo. Das três movimentações de maior valor, uma foi de um magistrado da Bahia e duas de juízes paulistas que, juntas, perfazem R$ 116,5 milhões em 2008. Através de sua assessoria, o TJ-BA disse desconhecer quem seria esse magistrado, já que não teria recebido nenhuma notificação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que colaborasse com as investigações. O órgão ressaltou também que a denúncia é sobre contas particulares dos servidores e, a princípio, nada teria a ver com desvio de dinheiro público. "Atipicidade" nas movimentações não significa crime ou irregularidade, mas apenas que aquela operação financeira fugiu aos padrões da norma bancária e do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro. São consideradas movimentações suspeitas depósitos e transferências de valores muito superiores à renda do servidor. Isso pode gerar, por exemplo, suspeita de compra de sentenças (quando uma das partes envolvidas num processo paga a um juiz para que lhe dê ganho de causa). DOCUMENTO - Sem apontar nomes ou separar servidores de juízes, os dados também mostram que ocorreram depósitos, em espécie, no total de R$ 77,1 milhões nas contas dessas pessoas. O Coaf investigou uma relação de 216 mil servidores do poder Judiciário em todo o país. Deste universo, 5.160 pessoas figuraram em 18.437 comunicações de operações financeiras encaminhadas ao Coaf por diversos setores econômicos, como bancos e cartórios de registro de imóveis. As comunicações representaram R$ 9,48 bilhões, entre 2000 e novembro de 2010. O Coaf considerou que a maioria deste valor tem explicação plausível, como empréstimos efetuados ou pagos. O ápice das movimentações consideradas atípicas ocorreu em 2002, quando uma pessoa relacionada ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, no Rio, movimentou R$ 282,9 milhões. Em 2010, R$ 34,2 milhões integraram operações consideradas suspeitas. O documento, de 13 páginas, foi encaminhado na tarde de anteontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela ministra Eliana Calmon. PROCESSO - A atitude da ministra é parte de sua defesa na ação movida pelas associações dos Magistrados Brasileiros (AMB), dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), que pedem o fim da investigação de juízes pelo CNJ. Ela disse ao STF não ter havido quebra de sigilo no acesso às informações. "É claro que o juiz corrupto tem que ser punido, mas sem exageros", disse ontem a presidente da Associação dos Magistrados da Bahia (Amab), Nartir Weber. A associação é vinculada à AMB e, por isso, a presidente disse apoiar qualquer decisão desta. O documento já está nas mãos do relator do processo no STF, ministro Joaquim Barbosa. Ele pode reanalisar a liminar, que suspendeu em 19 de dezembro as investigações de 22 juízes (veja quadro ao lado), ou produzir voto para julgar o mérito do processo. Segundo a assessoria do órgão, por se tratar de um mandado de segurança, a ação tem prioridade de julgamento. No entanto, é impossível estimar um prazo para o seu desfecho. LIMINAR INTERROMPEU INVESTIGAÇÃO - O relatório da Coaf que aponta suspeitas nas contas bancárias de juízes e servidores do Judiciário é só mais um capítulo da novela que teve início no final do ano passado. Em dezembro de 2011, a ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon entrou em choque com associações de magistrados e com setores do Judiciário ao pedir investigações sobre a vida financeira de juízes, desembargadores e demais servidores. Sob o argumento de que estaria havendo excessos nas investigações, essas entidades entraram com uma ação no STJ e conseguiram, em 19 de dezembro, uma liminar expedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que impedia Eliana Calmon de continuar com as investigações. Dias depois, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo denunciou que Lewandowski teria recebido os valores de auxílio-moradia que estavam sob investigação e que, portanto, teria se beneficiado de seu próprio julgamento. O ministro nega. Lewandowski analisou o caso em substituição ao relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, que não estava no tribunal. O CNJ, órgão criado para fiscalizar o Judiciário, diz que não efetuou quebras de sigilo para realizar as investigações. Através da assessoria do órgão, a ministra Eliana Calmon informou que, por enquanto, não daria entrevista sobre o assunto. (Priscila Chammas).

15 comentários:

  1. Clodoaldo Marques15 janeiro, 2012

    O Judiciário desmoralizado e sob suspeita é um perigo à Democracia. Precisamos abrir esta caixa-preta e livrar a Bahia dos bandidos de toga.

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  2. O CNJ tem que ter TOTAL LIBERDADE para investigar a já lendária CAIXA PRETA do judiciário (ninguém está acima da Lei).
    Seria elementar lembrar aos distintos senhores da toga: QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME!
    PS: Por que eles temem tanto?
    Maria do Socorro Tavares de Oliveira

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  3. Estes “senhores” acreditam pertencer à uma casta superior, quase semi-deuses, e não aceitam que reles mortais os investiguem par saber se a qualidade de vida que ostentam é compatível com os ganhos honestos que recebem! Alguém tem dúvida que se trata apenas de um corporativismo barato para porteger os seus pares por praticarem coisas iguais? Daniel Lopes

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  4. Precisamos de um movimento da opinião pública em apoio ao trabalho do CNJ, porque de outra maneira o assunto ficará esquecido e a verdade não parecerá!
    Robson Magalhães

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  5. Uma vez, um juiz macomunado com uma ladra, causou-me um prejuizo que nunca recuperei - a compreensão de meus pais.
    Este juiz merecia a fôrca. A ladra, então, ficou cada vez mais importante no mercado das grandes falcatruas. Morreu sozinha, sem alguém para lhe segurar o caixão.
    Se um juiz, que ganha entre 30.000 e 70.000 ainda não consegue justificar seu patrimônio, qual será o tamanho de seu patrimônio? Bilhões?
    Jurandir Rebouças de Novais

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  6. Juarez Soares de Marques15 janeiro, 2012

    O judiciário na moita e acima dos trés poderes deve ter a maior caixa preta do pais, então não é novidade o que possa ser encontrado ali, como sabemos que os outros poderes mais fiscalizados por cima, porém por baixo esta repleto de patrimônios absurdos e injustificados.
    Pobre pais onde os ditadores eram honestos e o resto só bandidos...

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  7. JAMAIS O CNJ VAI PROVAR QUE SE NEGOCIAM SENTENÇAS. OS JUIZES BRASILEIROS SÃO HOMENS INTEGROS.
    NUNES

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  8. Val Cabral, as ratazanas de panças brancas e togas pretas não aceitam ser investigadas,sentindo-se acima da Lei e dos reles mortais!Haja papuda para tanta gente! CNJ=fim das estrepolias! Eis a razão para que os vampiros e vampiras queiram tanto colocar-lhe peias e vendas,visando a garantir as “vendas”!
    Humberto Campos da Silva Filho

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  9. Uma vez escutei um juiz italiano que participou da operação mãos limpas, falando que o crime organizado estava infiltrado inclusive no judiciário italiano, por isso a corrupção era tão difícil de ser combatida. Bem…acho que aqui no Brasil já temos exemplos mais do que suficientes que aqui no Brasil, a coisa está igual ou pior. Bandido que se esconde atrás de farda ou toga, é pior que bandido. A sociedade não pode se calar diante disso e os Juizes honestos que não fazem parte do esquema, não podem se acovardar. A coisa já foi longe demais! Lugar de bandido é na cadeia, tenha ele a profissão que for!
    Guilherme Santos

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  10. É EVIDENTE QUE TEM MUITO PODRE AÍ. MAS OS IMPOLUTOS MEMBROS DO JUDICIÁRIO SE ACHAM ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA NÉ???
    AS PESSOAS NÃO TÊM A MENOR IDÉIA DE COMO HÁ TRIBUNAIS ONDE IMPERA A ARROGÂNCIA, INCOMPETÊNCIA E BOÇALIDADE DE JUÍZES E SERVIDORES E A OAB, QUE É UM CARTÓRIO E APARELHO DA CAUSA, POUCO OU NADA FAZ. JONAS RIBEIRO

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  11. O STF já tem 10 páus mandadoe de Lula e PT nada será apurado.O brasil está virando latrina nas mãos do PT.A Justiça já era neste país.
    JS

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  12. É este o Brasil varonil que quer a classe dominante brasileira (Pseudo-líderes, governantes e empresários)! Se assim não o fosse, por quê não reagem?
    Tanto faz, EXECUTIVO, LEGISLATIVO ou JUDICIÁRIO), todos envolvidos em corrupção!
    ISTO É UMA VERGONHA NACIONAL, para todos os brasileiros (Os que vivem aqui ou os que buscam oportunidades lá fora fora!.
    Se assim não fosse, por quê não reagem os brasileiros?
    Reflitam!
    Otávio Lopes

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  13. Clodoaldo Marques15 janeiro, 2012

    Aí não tem bandido de toga !
    Com tanto corporativismo é QUADRILHA de toga, sabem que o buraco vai dar na mina, é melhor jogar concreto e acabar com a escavação.
    É uma pena que o Povo brasileiro tá preocupado com o bbb, a novela das oito, ofutebol etc.
    Se o poder Judiciário ganhar a mesma imagem que o congresso tem, a sociedade perderá o rumo democrático que ainda pareçe ter.
    Aí não tem bandido de toga !
    Com tanto corporativismo é QUADRILHA de toga.

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  14. As consequências dessa grave crise dependerá muito da “Pressão” da Sociedade, que não tá lá essas coisas, tem o facebook prá cuidar.

    O silêncio é cúmplice!
    “Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
    No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
    No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
    No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”
    Vladimirovich Mayakovsky

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  15. Pensei que o maior ladrão dos Tribunais fosse o Juíz Nicolau dos Santos Neto. Mas, pelo visto, são centenas e são intocáveis. E Dá-lhe VENDA DE SENTENÇA.
    Roberto Soares

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