Prefeitura Itabuna

2 de outubro de 2011

ENTREVISTA: RONALD KALID – PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DE ITABUNA

Filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o arquiteto Ronald Kalid não se parece em nada com um tucano (nome dado aos militantes do partido), por ter comportamento e ideias definidas. Em nenhum momento se coloca “em cima do muro” e não se acanha quando perguntado sobre ser considerado um “zangado da política”, por não sair distribuindo beijos e abraços em eleitores. Nesta entrevista, Ronald diz que se considera ainda mais preparado e critica os três últimos prefeitos que governaram a cidade nos últimos 20 anos e afirma que eles apenas brincaram com Itabuna. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao jornalista Walmir Rosário. JORNAL AGORA – O SENHOR ESTÁ FORA DA VIDA PÚBLICA HÁ ANOS, MESMO ASSIM SE CONSIDERA PREPARADO PARA ADMINISTRAR ITABUNA? Ronald Kalid – Sim, tive uma experiência bastante proveitosa quando exerci o cargo de secretário de Viação e Obras na administração do prefeito Ubaldo Dantas, considerada até hoje a melhor de Itabuna. Eu me apresento à sociedade itabunense como um administrador com experiência,arquiteto com formação urbanística e um currículo comprovado na transformação de Itabuna em uma cidade moderna. Não quero aqui me rotular como melhor que os outros, mas a cada dia que passa me considero melhor e mais preparado comparando a mim mesmo, pois tenho feito diversas gestões para me credenciar a ser um grande administrador para Itabuna. J. A. – PARTE DA IMPRENSA LHE ROTULA COMO UM “ZANGADO DA POLÍTICA” ITABUNENSE. ISSO NÃO LHE PREOCUPA? R. K. – Isso é incrível. Em todas as pesquisas de opinião pública feitas nesses últimos 15 anos os políticos são apontados como pessoas não confiáveis pelo seu desvio de comportamento em relação às coisas do Estado. Essa desconfiança nos políticos não decorre de seu comportamento populista, em função se dá risadas, beijos e abraços nos eleitores, como é prática reinante na política. As pessoas dizem não confiarnos políticos pela corrupção desenfreada, pelo oportunismo, falta de ideologia e de compromisso com o povo. É assim que me apresento, de forma natural, como eu mesmo, uma pessoa que sabe cultivar seus amigos, que busca agir corretamente em seus negócios, no relacionamento com a sociedade. Trato as pessoas com respeito e não vou sair por aí dando beijos e abraços ou elogios fáceis nas pessoas, de forma eleitoreira. Esse é o comportamento de quem quer enganar e não se comprometer com uma administração séria e eficiente. Quem quer dengo e carinho tem que procurar um namorado. J. A. – O QUE IMPEDE ITABUNA – UMA CIDADE PRÓSPERA – DE SE TRANSFORMAR NUMA CIDADE MODERNA, COMO OUTRAS QUE EXISTEM NA BAHIA E NO BRASIL? R. K. – Tenho reiterado por diversas vezes e até está se tornando chato, mas necessário dizer que Itabuna não vai a lugar algum se não for elaborado um Plano Diretor Urbano. Infelizmente sou obrigadoa dizer que os últimos três prefeitos de Itabuna, que governaram por mais de 20 anos, sempre brincaram com o município, para ser educado. Não é possível imaginar uma cidade com 200 mil habitantes sem um Plano Diretor Urbano. Pior do que isso é constatar que até hoje Itabuna não elaborou, sequer, um Plano de Saneamento, o que tem causado enormes prejuízosà modernização da cidade, apesar de existir o Estatuto da Cidade, que diz que sem esse plano a cidade não pode ser gerida. Para se ter uma ideia, da obrigatoriedade do plano de saneamento, Itabuna não pode receber verbas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) por falta desse plano. Agora mesmo, o governo federal destinou uma verba de R$ 1 milhão para a elaboração do Plano de Saneamento, pois do contrário nada virá para a cidade, nem mesmo os recursos para a construção da barragem do rio Colônia. J. A. – QUAIS SEUS PLANOS PARA CONSEGUIR ESSES RECURSOS JUNTO AOS GOVERNOS FEDERAL E ESTADUAL? R. K. – Os recursos existem, falta compromisso aos governantes em estruturar e adequar os municípios às características e pré-requisitos existentes, além da apresentação de bons projetos. Ao contrário de anos atrás, hoje a administração pública federal, e até a estadual, funciona de forma científica, organizada, ao contrário de antes, quando um prefeito ia a Brasíliae, com prestígio político, conseguia recursos para construir um bairro, sem qualquer projeto ou condições de administrar os recursos ou executar a obra. Hoje existem vários controles, a começar pelo ministério responsável pela liberação, a Controladoria-geral da União, o Tribunal de Contas da União. Assim que for eleito, as primeiras providências serão estruturar o município, habilitando-o a receber os recursos, através da elaboração de um Plano Diretor Urbano e um Plano de Saneamento. Em Itabuna, os prefeitos brincam de administrar J. A. – O CANAL DA AMÉLIA AMADO, POR EXEMPLO, É UMA OBRA IMPORTANTE PARA ITABUNA… R. K. – Sim, é uma obra de importância fundamental para a cidade. Na época em que eu era secretário de Obras deixamos o estudo do Plano Diretor Urbano de Itabuna, coordenado pelo arquiteto Ozi Guimarães, que deu origem ao Projeto Centro, que ficou pronto em 1988 e não foi aproveitado pelos próximos prefeitos. Nesse estudo ficou comprovada que a Amélia Amado era uma avenida das mais importantes para o fluxo de trânsito da cidade, apontando as intervenções, pois recebia todo tráfego vindo de Ilhéus para Itabuna e outras cidades. Com essa obra será desatado o primeiro ‘nó do trânsito’ de Itabuna. Além de urbanizar a cidade, vai utilizar a pista da esquerda (não aproveitada até hoje). J. A. – O TRÂNSITO DE ITABUNA TEM JEITO? R. K. – O problema de trânsito é mundial e não tem jeito de ser resolvido em curto prazo. Em diversas capitais do mundo já foram adotadas medidas radicais, como a proibição da entrada de carros no centro da cidade, ou alternando as datas de circulação, de acordo com a terminação dos números das placas dos carros. O número de carros cresce de acordo com a economia, as facilidades de crédito; as ruas, não. É preciso criar alternativas de integrar toda a cidade. O bairro São Pedro, por exemplo, parece um distrito de Itabuna e não um bairro, pois não existem ligações através de avenidas de fundo de vale. Com isso oxigenaríamos a cidade de Itabuna, pois se fizermos isso o comércio se desloca também, aliviando a tensão do centro da cidade. Temos que ter uma convivência urbana perfeita, entre os bairros e o centro da cidade.Quando eu era secretário criamos e urbanizamos os canais de tráfego, principalmente para melhorar a circulação do transporte coletivo, com grande sucesso. Recursos existem, falta compromissos aos governantes J. A. – SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA SÃO RECLAMAÇÕES CONSTANTES DA SOCIEDADE. O QUE PENSA FAZER NESSAS ÁREAS? R. K. – Esses são os problemas recorrentes e mais imediatos, mas não são os mais difíceis de serem resolvidos. Os problemas do trânsito, da mobilidade, da habitação, da urbanização são mais prementes e os que exigem grandes investimentos. Se compararmos Itabuna com cidades europeias, por exemplo, temos mais de dois terços de favelas. Já a educação e a saúde são apenas problemas de gestão. É ridículo isso, principalmente nos casos da educação, que é a mãe de todos os problemas. A educação é hoje uma fábrica de analfabetos funcionais, que segundo estudos chegam a cerca de 60% da população. São aqueles que leem e não sabem interpretar um texto. E isso acontece por uma armadilha criada pelo próprio governo, que proíbe a repetência de ano do aluno. Os pais não dizem nada, pois seus filhos estão passando de ano; as professoras também, pois estão recebendo os salários; os secretários acumulam números positivos. A imprensa não se preocupa com a educação, pois a cada ano os alunos são matriculados, mas ninguém procura saber qual a evasão escolar. E olha que a educação desfruta de verbas carimbadas. Na saúde é a mesma coisa: os recursos se perdem nas transferências entre o governo federal, estadual e o município, que também não faz questão de administrar bem. A educação é hoje uma fábrica de analfabetos funcionais J. A. – QUAL SUA POSIÇÃO EM RELAÇÃO AO AUMENTO DO NÚMERO DE VEREADORES DE 13 PARA 21? A CÂMARA É BOA? R. K. – Quanto maior o número de vereadores, mais se pulverizao poder, e é assim que se convive na democracia. Compoucos vereadores é bem mais fácil a cooptação. Agora, é preciso ficar bem claro que o valor do duodécimo não pode ser aumentado. O restante é demagogia. Mas já tivemos boas câmaras, com vereadores desempenhando seus papéis com responsabilidade. (Publicação simultânea com o Jornal Agora e o site www.ciadanoticia.com.br).

4 comentários:

  1. ACHO QUE RONALD NÃO TEM VOTOS NEM PARA SE ELEGER CÍDICO DE PRÉDIO DE DOIS ANDARES!!!!
    JOSELITO BRITO

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  2. Sou de opinião que Ronald Kalid deveria ser candidato a vereador, pois talvez assim ele consiga metade da metade dos votos necessários para se eleger!!! - Paulo Seboso

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  3. Orlando Pereira04 outubro, 2011

    Itabuna necessita de alguém honrado, sério, honesto e competente para governá-la e ninguém mais habilitado para esta tarefa, que o engenheiro Ronald Kalid.
    Votar nele é uma questão de dignidade política e solidariedade à causa coletiva

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  4. TUCANO, SÓ PÁSSARO!
    SISSI

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