Prefeitura Itabuna

9 de outubro de 2011

ENTREVISTA: DAVIDSON MAGALHÃES, PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DE ITABUNA

Davidson Magalhães, o ex-vereador que um dia detonou a máfia itabunense que traficava crianças para o exterior, especialmente para a Itália, está de volta ao debate político local. E mais do que isso, é um dos nomes cotados para disputar a eleição de prefeito ano que vem. Mas antes disso, o hoje presidente da Bahiagás tem um desafio pela frente: convencer a turma do PC do B a indicá-lo como candidato do partido. Se chegar lá, Davidson promete fazer uma campanha limpa e centrada em propostas inovadoras, voltadas para o futuro de Itabuna. “Estamos insistindo num projeto de reconstrução da cidade,” a fim de “prepará-la para esse novo cenário socioeconômico que está se montando, com a implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia”. A seguir os principais trechos da entrevista que Davidson Magalhães concedeu ao Agora. JORNAL AGORA – COMO ESTÃO OS ENTENDIMENTOS INTERNOS, NO PC DO B, VISANDO À DEFINIÇÃO DO CANDIDATO À SUCESSÃO DE AZEVEDO? Davidson Magalhães – Parece que estamos terminando uma etapa desse debate sobre a eleição do ano que vem. Essa fase é a fase em que os partidos promovem filiações e organizam o fechamento de suas respectivas chapas proporcionais, e também buscam definir os candidatos majoritários. Vamos entrar numa segunda fase em que cada partido vai buscar o fortalecimento da sua candidatura majoritária para a disputa em 2012. É normal os grandes, médios e pequenos partidos lançarem os seus candidatos para buscar espaço político e se fortalecer para a formalização de acordos políticos. Isso tudo está dentro do jogo político. Quanto a nós, do PC do B, estamos afunilando as nossas candidaturas. Tínhamos três, mas agora só temos duas e, aos poucos, vamos afunilar para a decisão de uma candidatura, já que estamos entendendo que no campo de esquerda nós reunimos as melhores condições para aglutinar as forças políticas desse campo e do campo de centro-esquerda e apresentar um projeto novo para Itabuna. J. A. – O QUE VOCÊS IMAGINAM PARA ESSE PROJETO? D. M. – Nós estamos insistindo num projeto de reconstrução da cidade e de prepará-la para esse novo cenário socioeconômico que está se montando, e agora mais reforçado ainda, com a implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia. Portanto, é uma nova dimensão, é uma nova visão de administração. E nós estamos nos preparando politicamente para esse enfrentamento. J. A.– POR FALAR EM ENFRENTAMENTO POLÍTICO, O PC DO B NÃO TEME SER RESPONSABILIZADO POR UMA EVENTUAL VITÓRIA DO PREFEITO AZEVEDO, CASO VOCÊS NÃO SE UNAM MESMO AO PT? D. M. – Eu, pessoalmente, tive uma conversa com o governador Jaques Wagner – e é importante que eu diga isso –, na qual falei do projeto nosso para Itabuna. Falei de uma forma muita franca que o PC do B terá candidato a prefeito de Itabuna e ele está ciente disso. Não fez nenhuma objeção. A propósito, hoje alguns setores do governo percebem claramente que a melhor possibilidade de vitória, de retomada da Prefeitura, é com uma candidatura liderada pelo PC do B. Longe de desestimular ou ameaçar a candidatura do nosso partido, o governador tem tido uma postura bastante democrática, até porque o governador sabe que estamos inseridos num mesmo projeto. Agora, existem muitos boatos, muita conversa que não correspondem a verdade. Chegaram a dizer que o governador não viria a Itabuna para a inauguração da central de distribuição da Bahiagás, e ele veio. Também disseram que se ele viesse nem falaria. Pois ele veio e falou. Ao fazer isso, o governador deu mais uma demonstração de que estamos unidos no mesmo projeto em nível estadual e federal, e não há porque romper com isso. O governador, repito, teve – e continua tendo – um comportamento ético em relação aos parceiros políticos de aliança. J. A. – VOCÊ TAMBÉM JÁ CONVERSOU COM GERALDO SIMÕES, MAIOR LÍDER DO PT EM ITABUNA, SOBRE A POSIÇÃO DO PC DO B EM RELAÇÃO ÀS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DO ANO QUE VEM? D. M. – Já tive uma conversa com ele, até porque eu tenho insistido na tese de que o PT não é nosso inimigo. Mas o PT tem que entender que, assim como Geraldo dirigiu a frente política que ganhou a prefeitura em 2000, porque naquele momento era ele quem reunia as melhores condições políticas, hoje a situação é outra. Aquela situação, ao que me parece, não está posta atualmente. Ao entender isso, eu acho que o PT vai estar dando uma grande contribuição para o avanço político da cidade. Geraldo é uma liderança importante – e eu diria até que, individualmente, é a maior liderança de esquerda – e precisa dimensionar esse papel estratégico que ele tem na construção de um novo projeto de frente, porque foi assim que ganhamos a eleição de 2000 e perdemos duas por não conseguirmos aglutinar forças políticas suficientes para isso. É importante lembrar que na nosso última derrota, com a Juçara, sofremos a pior derrota dos últimos anos, com uma diferença de mais de 12 mil votos. Foi uma derrota acachapante. Nós, do PC do B, fomos fiéis até o processo eleitoral, perdemos juntos…mas achamos que agora a cidade vive um momento político completamente novo e os recentes resultados eleitorais são bastante reveladores desse fato, assim como também são reveladoras as pesquisas de opinião. J. A. – QUE PROJETOS VOCÊ PRETENDE APRESENTAR À POPULAÇÃO DE ITABUNA, COMO ALTERNATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE? D. M. – Olha, temos problemas de toda ordem para resolver aqui em Itabuna. Hoje os problemas estão por todos os lugares. Não apenas em Itabuna, como até mesmo no mundo. As pessoas talvez ainda não tenham se dado conta de que o mundo está em crise e a crise é séria, é profunda. Eu participei recentemente de um curso na Europa, um curso de gestão, com duração de 15 dias, e a grande preocupação lá é que em função da crise a Europa está parando, entrando num processo recessivo terrível. Processo esse que também atinge os Estados Unidos. Então, a coisa é muito séria, merece mais atenção, mais reflexão de todos nós porque essa crise já tem fortes reflexos aqui no Brasil, principalmente na economia baiana que é uma economia, em boa parte, de exportação. J. A. – SIM, MAS… E OS PROJETOS? D. M. – Voltando a falar de Itabuna, acho que temos que redimensionar a cidade. Não dá mais para administrar de improviso. Precisamos, por exemplo, fazer uma revisão imediata, uma reavaliação do Plano Diretor Urbano de Itabuna. O plano que está aí foi feito seguindo métodos completamente ultrapassados. É necessário que se construa um novo Plano Diretor Urbano para Itabuna. A cidade hoje tem problemas de mobilidade urbana. Temos que fazer uma grande reforma urbana em Itabuna, mas isso passa pela construção de um novo Plano Diretor, que deve levar em conta as novas vocações da cidade. Itabuna é uma cidade de serviços e serviço gera muito emprego. Portanto, a capacidade do município vai se multiplicar e temos que preparar a cidade para isso. Também não podemos esquecer que estamos com um problema social gravíssimo, que pode se intensificar com o desenvolvimento econômico. Desenvolvimento atrai pessoas para a cidade e temos que estar preparados para receber esse novo contingente, que virá para cá atraído pelo desenvolvimento econômico. Outra coisa que temos que nos preocupar é com a violência. Itabuna está se destacando negativamente por conta dos índices de violência. O problema é gravíssimo! Temos que trazer unidades de Polícia Pacificadora para cá para ver se conseguimos controlar a escalada da violência, com ações vindo da periferia para o centro. Essas ações têm que contemplar o social e programas de inclusão e incorporação de pessoas ao mercado de trabalho, até porque a expectativa de ampliação do mercado de trabalho é muito grande. As perspectivas são boas, mas a cidade tem que estar preparada e nesse sentido tenho discutido muito no partido a necessidade de se estabelecer um bom planejamento como centro da nova administração, que deve ser não só planejada, mas também integrada. As secretarias têm que estar dentro de um plano de definição de indicadores, têm que buscar indicadores e têm que praticar uma gestão de resultados. J. A. – NUM PASSADO NÃO MUITO DISTANTE O PT ACUSOU O PC DO B DE LANÇAR VOCÊ CANDIDATO A PREFEITO PARA SERVIR AOS INTERESSES DE FERNANDO GOMES. ERA O LARANJA DO EX-PREFEITO. HOJE, QUANDO O PC DO B PENSA NOVAMENTE EM CANDIDATURA PRÓPRIA, HÁ OBVIAMENTE O RISCO DE BENEFICIAR O PREFEITO AZEVEDO. E AÍ… D. M.– Não há mais espaço para esse tipo de coisa. Nas três últimas eleições apoiamos o PT, marchamos com o PT. Agora está na hora de o PT ter uma visão mais desprendida do processo e entender que chegou a nossa vez de liderar a chapa formada dentro desse projeto unitário, que tanto defendemos e queremos. O deputado Geraldo Simões pode até vir a ser o coordenador dessa campanha unitária. Não vejo nada de mal nisso. É muito positiva a ideia de se promover uma alternância dos parceiros no comando da frente. Essa é uma coisa extremamente natural. J. A. – ITABUNA TEM CARÊNCIA DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA, PARA ATENDER A ESSE NOVO MERCADO DE TRABALHO QUE SE ABRE COM A CHEGADA DO COMPLEXO INTERMODAL. COMO RESOLVER O PROBLEMA? D. M. – Estamos numa situação privilegiada, já que temos uma escola que forma profissionais em diversas áreas, que é a Uesc. Essa universidade forma professores, isso não é pouco. Agora, precisamos valorizar esse equipamento que é a Uesc e tirar proveito dele na busca de solução de problemas como esse da falta de mão de obra mais qualificada. Não podemos esquecer também que os professores têm que ser motivados, para desempenhar cada vez melhor o papel de formadores de mão de obra. J. A. – A UNIVERSIDADE FEDERAL ESTÁ CHEGANDO. QUAL O PESO DELA NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DE ITABUNA E REGIÃO? D. M. – Ela vem se juntar à Uesc e por certo vai ter um papel estratégico muito essencial no processo de mudança, de transformação. A Ufesba, sem dúvida, não será apenas algo novo para a nossa região. Mais do que isso, ela se constitui numa célula viva e transformadora da sociedade. J. A. – JÁ QUE FALAMOS EM UNIVERSIDADES, O QUE VOCÊ, QUE É PROFESSOR, PENSA PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL, CASO VENHA A SER O NOVO PREFEITO? D. M. – Um prefeito verdadeiramente comprometido com a educação tem que pensar grande, tem que ter visão larga, tem que olhar para o futuro. Não podemos mais conviver com problemas como escolas com instalações ruins, sem água potável, sem condições materiais adequadas, com professores desmotivados, merenda de péssima qualidade, enfim, com uma série de dificuldades que não deveriam mais existir. Educação é questão de todos, do setor público, do privado e da população. Temos que fazer com que algumas empresas assumam algumas escolas e que a população tenha um maior envolvimento com as escolas. O grande esforço é pela melhoria da qualidade do ensino. Temos que eleger umas três ou quatro escolas para desenvolvermos projetos-pilotos inovadores, para ser reproduzidos em outras unidades escolares. Isso, em meio a muitas outras ações que podem perfeitamente ser colocadas em prática. (www.ciadanoticia.com.br - Jornal Agora).

2 comentários:

  1. ÔXENTE, ESTE LARANJA AINDA SE ACHA NO DIREITO DE QUERER VOLTAR A ASER CANDIDATO????? JOSUÉ BASTOS

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  2. EU ACHO ESSE SUJEITO TÃO ENGANADOR QUANTO CUMA, GERALDO E ATÉ MAIS CORRUPTOS DO QUE ELES.
    CLODOALDO BARRETO

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