“Ele apareceu do nada. Eu juro que não vi”. As duas alegações acima e suas variantes são recorrentes quando o motorista tenta explicar como acertou o pedestre - ou o motoboy ou o ciclista. Mais do que uma desculpa esfarrapada, a frase pode revelar algumas verdades mais profundas sobre a espécie humana. Nós imaginamos que podemos enxergar tudo o que aparece à nossa frente, quando na verdade só temos consciência de uma pequena porção das coisas que estão em nosso campo visual. Em geral, vemos aquilo que o cérebro já espera encontrar. A contrapartida é que basta uma distração mínima para deixar de observar o que não é esperado. O efeito não se limita a pedestres. A ilusão também faz com que radiologistas experimentados não vejam uma pinça esquecida no abdome do paciente (o médico, afinal, procurava por tumores, não por objetos perdidos). Só percebemos as limitações de nossa atenção nas poucas vezes em que algo dá errado; o número bem maior de ocasiões em que falhamos, mas nada de extraordinário acontece nem sequer é registrado por nosso radar mental. Com isso, não pestanejamos antes de superestimar nossa capacidade de atenção, o que frequentemente nos coloca em situações de perigo, como dirigir em velocidade superior à calculada pelos técnicos (isso mesmo, aquele número que nos parece ridiculamente pequeno que aparece nas placas) ou falando ao celular. O telefone constitui um caso à parte. Há diversos estudos experimentais mostrando que o efeito do celular sobre a direção é comparável ao do álcool. Ambos diminuem nossa capacidade de prestar atenção e, com isso, reagir em tempo hábil ao imponderável. Apesar de as gerações mais novas se gabarem de ser “multitarefa”, isso também é uma ilusão. Embora as habilidades variem de pessoa para pessoa, quanto mais atividades simultâneas o cérebro humano realiza, pior ele sai em cada uma delas. Não acredito muito que os celulares sejam tão perigosos, quanto ouvirmos o rádio ou conversamos com alguém dentro do veículo. Acho que essas atividades não atrapalham muito a direção. Quando falamos com o passageiro, a exigência atencional para manter a sincronização do diálogo é bem menor. Não precisamos, por exemplo, nos preocupar em responder sempre imediatamente, porque quem está no carro acompanha o contexto da estrada e interpretará corretamente os silêncios e lacunas. É claro que, na maioria das situações, nem o uso do telefone nem o consumo de um ou dois drinques (muito antes de comprometer a capacidade de andar em linha reta, o álcool já reduz os recursos atencionais) levam a acidentes, mas isso porque dirigir é uma atividade previsível e fartamente regulada. Mesmo que você faça besteira, os outros atores (motoristas, pedestres etc.) estarão se esforçando para não atingi-lo. Mas basta que surja uma perturbação um pouco maior para que o resultado seja catastrófico. Nós fomos projetados para nos locomover a velocidades da ordem de 5 km/h e sem carregar muito mais que o peso de nossos próprios corpos. Sob essas condições, levar alguns segundos a mais para reagir a um obstáculo não muda muito as coisas. O pior cenário é um esbarrão. Mas, quando andamos a 100 km/h e sobre estruturas de mais de uma tonelada, frações de décimo de segundo podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
O grande problema é que tem muita gente que acaba ganhando carteira de motorista até pelo correio e saem dirigindo sem nen huma habilidade, prudência e responsabilidade.
ResponderExcluirIsto faz o trânsito ficar extremamente perigoso e muitos pedestres tem sido vítimas de motoristas que mais parecem bandidos com o volante como arma.
Marcelo Batista de Melo
O TRÂNSITO TÁ IGUAL A UMA GUERRA... TEM MOTORISTA QUE NÃO CONHECE METADE DOS SIGNIFICADOS DOS SINAIS E EXISTEM AQUELES QUE TROCAM EMBREAGEM POR ACELERADOR.
ResponderExcluirLUIZ CLÁUDIO BARRETO
Acho que os maiores problemas relacionados ao trânsito, são os eguintes:
ResponderExcluir* Rodovias esburacadas;
* Rodovias sem sinalizações;
* Rodovias sem encostamentos;
* Rodovias estreitas;
* Rodovias com animais na pista;
* Motoristas bêbados;
* Motoristas inabilitados;
* Motoristas imprudentes;
* Motoristas irresponsáveis...