O corretor de seguros Gilberto, 45, deu uma bronca em um motorista de táxi que lhe cortou a frente. Ao ouvir um atravessado "não reclama por
que você ainda está vivo", não pensou duas vezes. Partiu para a briga. "Quase matei o cara. Sabe aquele desenho do Walt Disney da década de 50? O Pateta motorista que se transforma dentro do carro? Aquele sou eu. Eu viro um monstro. Entro no carro, respiro fundo e digo: 'Hoje nada vai me afetar'. Eu viro a esquina e já estou xingando alguém'." O problema de Gilberto, que buscou tratamento após perder a conta do número de brigas que se envolveu no trânsito, está cada vez mais comum nas ruas da capital. E quem diz isso não são os médicos, mas a polícia. Todos os dias, segundo a Polícia Militar, entre os 35 mil chamados há, em média, 70 para atendimentos de brigas de trânsito na capital. Uma média de um chamado a cada 20 minutos. Parte dos desentendimentos e das agressões ocorre após pequenos acidentes, sem vítimas. Outra parte, porém, segundo a PM, é fruto da disputa entre motoristas por espaços das ruas e avenidas da capital, cada vez mais entupidas de veículos. "Uma buzinada no semáforo. Um carro quer passar e o outro não deixa. Tudo isso pode ser motivo para um xingamento, um gesto obsceno, e dar início a uma briga", diz o porta-voz do comando da PM na capital, capitão Cleodato Moisés do Nascimento. Para a psicóloga Liliana Seger, parte dos motoristas não tolera ter sua frente "roubada" numa fila e vê essa ação até como um deboche. "Ele entende: 'eu sou esperto e você é bobão'." Para o gerente de produto Breno Lopes, 31, foi um sentimento assim que o fez instalar uma buzina náutica no veículo e a andar com uma lanterna comprida, que também servia de cassetete, no banco de trás por um tempo. "Eu não gosto de gente espertona, de Gersons", disse ele que não chegou a brigar fisicamente, mas já foi ameaçado por motorista armado. Dos desentendimentos, explica o capitão, mais de 50% envolve motociclistas. O motorista Josias de Oliveira, 39, está nessa lista. No início do ano, conta, estava em um semáforo quando, de repente, um motoqueiro chutou a porta do seu carro. "Eu abaixei o vidro e perguntei se ele estava maluco. Ele disse: 'É isso mesmo, João'. Eu parti para cima dele. Quando vi, tinha uns 15 motoboys e umas 50 pessoas me olhando", diz Josias, que se desvencilhou da situação com a ajuda de um motoboy. (Rogério Pagnan).
O TRÂNSITO TEM MATADO MUITA GENTE QUE NÃO CONSEGUE CONTROLAR SEUS PRÓPRIOS IMPULSOS... É PRECISO MAIS RIGOR DAS AUTORIDADES PARA EDUCAR MELHOR NOSSOS MOTORISTAS. RENATO NOGUEIRA
ResponderExcluirFALTA MAIS TOLERÂNCIA ENTRE AS PESSOAS. ISSO TEM PROVOCADO MUITA DOR E SOFRIMENTO PARA M ILHARES DE FAMÍLIAS BRASIL À FORA. SERÁ QUE NÃO DAR PRA O GOVERNO AGIR PARA CONTER ESSA VIOLÊNCIA. WILSON MONTEIRO
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