O poder transforma as pessoas... para melhor ou (geralmente) para pior. Inevitavelmente, t
ransforma. E como é duro reconhecer o “antes e o depois”, principalmente quando se trata de alguém próximo ou de um político em que havíamos depositado esperanças. São poucos ainda os que revertem o poder em benefício para a maioria, que utilizam a visibilidade para projetos positivos, que passam a pensar mais no coletivo do que em si mesmos. Quando isso acontece, é uma linda vitória para a humanidade. Mas quando a mudança é para pior, quem vence são as duas maiores chagas humanas: o egoísmo e o orgulho. Como é desolador ver alguém se perder no caminho da vida, optando por atalhos ilusórios. O poder pode ser uma maçã envenenada ou uma mimosa caixa de surpresa. Lembro de Aldo Bastos, diretor do Centro de Cultura Adonias Filho (CCAFF), esquecendo das dificuldades que passou como profissional de teatro e se sentindo o dono do mundo, humilhando funcionários e artistas, berrando e ofendendo. Lembro do político Geraldo Simões tão cheio de ideais, garantindo que iria mudar a condição miserável de muitos grapiúnas e atualmente só se preocupando em se equilibrar no poder a qualquer custo, vivendo de palmadinhas nas costas e vãs promessas, sem nenhum projeto consistente ou humanitário. Ah, são tantos os que optaram pelas armadilhas fáceis do poder. Eles são a chaga do mundo moderno. Insaciáveis, sugam tudo o que podem e querem cada vez mais, como se fossem eternos. Pensando nessa gente ingrata, rabisquei um dia desses alguns indicadores de mudanças nas pessoas que chegam ao poder: 1) no modo de vestir: o terno, a
gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los; 2) nas relações pessoais: os antigos companheiros são substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de “ser mal visto” precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder (não é a toa que sempre estão “comprando” a mídia); 3) no tratamento com o outro: o “poderoso” torna-se autoritário com seus subordinados. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? Ele respondeu que “os dois, mas se houver necessidade de escolha, melhor ser temido do que amado”; 4) nos antigos apoios e aliança: aqueles que o apoiaram para chegar ao poder transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação com os antigos colegas; 5) resistência em fazer auto-crítica: antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela “sua outra face”, não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Há um provérbio oriental que diz: “quem vence dragões, também vira dragão”. Bom seria se somente adotar um terno fosse a mudança mais problemática e se fosse necessário muito poder para transformar comportamentos. O pior é que apenas simples degraus acima desviam todo um caminho promissor. (Antonio Nahud Júnior - www.ofalcaomaltes.blogspot.com).

O Antonio Júnior é uma figura muito guerreira e onde chega faz acontecer!
ResponderExcluirMe orgulho dele ser grapiunense. E desejo toda sorte do mundo para ele, em suas caminhadas e objetivos.
Vc é o cara!
ResponderExcluirFaz falta em Itabuna.
Reginaldo Araújo