A GREVE QUE FAZ O POVO PERDER SEMPRE

Está sendo programada para o começo da próxima semana, mais um lamentável prejuízo para a população itabunense em função dos conflitos salariais entre governo, empresários e sindicato dos rodoviários. O temor, mais que justificado, é que novos e mais graves danos possam ser causados ao povo de Itabuna por causa dessas intransigências. Repetindo o aqui dito por mais de uma vez, não se negam razões àqueles que protestam. Lutar por salários condignos é um direito inalienável. Realizar manifestações que acrescentem forças aos argumentos é igualmente uma ação legítima. A greve é uma dessas formas de luta, despertada quando as negociações acabam; mas a paralisação do trabalho, assim como todas os formatos mais radicalizados de luta, deve levar em consideração, antes de qualquer coisa, as consequências da iniciativa adotada. A quem atinge a radicalização da luta? Que tipo de prejuízo será causado por essa ou aquela forma de protesto? Estas são questões básicas que precisam ser entendidas e respondidas adequadamente pelas lideranças sindicais. Assim como o governo do Município precisa dar respostas claras e transparentes sobre sua posição frente a essas manifestações que flagelam a população de forma implacável. Para quem sofre com esses desmandos fica a impressão que, como se fosse para compensar o não atendimento das demandas salariais, o governo permite que os sindicalistas descarreguem suas mágoas no povo. “Não posso pagar o que você reivindica, mas você pode descontar sua raiva no povão – fique à vontade!”. Naturalmente não é desta forma que as coisas acontecem, mas que assim parece ser, isto é indiscutível. Interrupção nos serviços de transporte público, motoristas e cobradores de braços cruzados, pontos de ônibus sem ônibus... Quem sofre com tais medidas “radicais”? Infelizmente, a situação que se anuncia e se vivencia não se apresenta como cenário de novas atitudes e comportamentos seja dos sindicalistas, seja do governo. Quais sofrimentos estarão programados para serem atirados às costas da população itabunense?