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Trief

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28 de maio de 2011

DOR DE MÃE DE PRESO MORTO

E agora?... O que faria?... Tinha que fazer!... Não podia fazer!... Como Fazer?... Não faria!... Faria?... O que fazer?... Estava no inferno! Não sabia como havia chegado lá,... Não! Ele sabia sim! O inferno tinha quatro metros quadrados, com uma estreita abertura gradeada por onde entravam e saiam. Ao lado uma parede, um vão que levava a ducha, em frente o boi, um buraco no chão onde eram feitas as necessidades, seu lar. Todo de cimento, frio, áspero, cinzento. Ele estava saindo da boca quando eles chegaram, perderam o traficante, mas o encontraram. Ele tinha algumas com ele, foi o bastante, lá estava o traficante: ele. Não importava o que dizia, fazia, era ele. O choro de sua mãe, não encontrará eco, encontrará ameaças. A sorte havia sido traçada, era ali que desfrutaria de seu futuro. Em instantes os demais presos amontoados souberam: Traficante nada. É nóia! Rapazinho novo, belo ainda, logo na primeira noite sentiu-lhe penetrar toda a angustia e sofrimento que sentiria naquele lugar. O lixo nóia, lixo para a policia, lixo para a justiça, lixo entre os condenados. Descobrirá ali que na escala do lixo, era o lixo-mor. Nunca furtará, nunca roubará, nunca estuprará, nunca matará. Como seus torturadores de cela haviam feito. Fazia de tudo para ter droga. Apanhar era cotidiano. Dormia no boi, com o fedor e as baratas que saiam daquele buraco fétido. A comida, quando não lhe tomavam, era azeda. Em pouco tempo estava irreconhecível. Ainda assim seu maior sofrimento era ver a face de sua mãe marcada pela dor de ver seu filho destruído. Rasgava-lhe o coração até o mais intimo de seu ser ver cada marca na face daquela que amava e nunca o abandonará. Sufocava-lhe o peito saber as humilhações pelas quais passava para ter aqueles momentos com ele. Ele devia! Tinha que pagar, já não tinha como fazê-lo. O traficante propõe: Mate! Perdôo a divida! Te dou uma noite de nóia! Senão quem morre é você!!! O que faria? Pela manhã encontram o corpo. Estava morto! Jamais teria coragem de matar alguém. Sua pobre mãe, com as faces inundadas pelas lágrimas, via o descaso com que o corpo do filho era tratado. Como se mil facas lhe cortassem a alma, ela sofre como nunca sofreu na vida. (Ademar Maggi).

3 comentários:

  1. Val Cabral
    As mães sempre sofrem com as consequências de atos de filhos irresponsáveis e criminosos.
    Elas são sempre quem sofre mais... mais que seus filhos quando estão caindo na borracha e gritando por meu Deus... e ainda assim não aprendem que o crime não compensa!
    Rodrigo Magalhães

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  2. A CADEIA É LUGAR QUE FILHO CHORA E MÃE NÃO VER. É ISSO QUE FAZ ELAS SOFREREM MAIS. ELAS SABEM QUE NÃO PODEM FAZER NADA POR ELES E A DOR QUE ISSO PROVOCA É DILACERANTE.
    HILDETE MARQUES

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  3. Nada vale uma lagrima caída dos olhos de uma mãe.
    Nem a cobiça e o desespero de se conseguir o que pertence aos outros.
    PENA QUE OS BANDIDOS NÃO SABEM DISSO, OU NÃO QUEREM COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DE SEREM HONESTOS.
    Parecem mulas!!
    Pedro Ernesto de Souza

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