HOJE É O DIA DE INVENTAR MENTIRAS

O dia 1° de abril é popularmente conhecido como o Dia da Mentira. Enganar o eleitor com promessas que jamais podem ser cumpridas, ou com lorotas dos políticos mais elaboradas é comum. Afinal, quem nunca pregou ou caiu em uma “brincadeira” nessa data? A origem do dia possui diversas explicações e a mais conhecida é a de que tudo começou na França, quando o país comemorava a virada do ano entre 25 de março e 1° de abril, com a chegada da primavera. Com a adoção de um novo calendário (o gregoriano), a passagem do ano passou a ser festejada no dia 1° de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário anterior. Brincalhões passaram então a ridicularizá-los, enviando convites para festas que não existiam. Com o tempo, a brincadeira se espalhou pelos países. No Brasil, o Dia da Mentira começou a ser celebrado em Minas Gerais, onde circulou o periódico “A Mentira”, que trazia como notícia do dia 1° de abril de 1848 o falecimento de Dom Pedro, desmentida na edição seguinte. O periódico circulou até setembro de 1849 e encerrou suas atividades convocando seus credores para um acerto de contas no dia 1° de abril do ano seguinte. Porém, a brincadeira do 1° de abril pode ultrapassar a diversão e interferir na rotina. Ao encarar a inverdade como algo comum, o político, por exemplo, está sujeito a desenvolver um distúrbio psicológico denominado “mitomania”. O psicólogo Pedro Alves explica como enfrentar a situação: “O grande perigo de usar o dia da mentira de forma inadequada é que ela pode passar da brincadeira para um problema denominado mitomania. É um comportamento das pessoas que utilizam a mentira de maneira frequente. A doença pode ser tratada através de acompanhamento psicoterapeutico, fazendo com que a pessoa encontre os motivos que a estão levando a mentir. Existem as mentiras do “bem”, contadas para evitar um conflito maior, mas é preciso ter muita perspicácia, preservando os princípios éticos. Por exemplo, quando uma mãe mente para evitar uma briga entre irmãos", esclarece. Nosso blog manteve contacto telefônico com alguns internautas para saber o que os itabunenses acham da data. Thayslaine Bruno Costa, 15 anos, conta que costuma inventar histórias para os colegas neste dia. “É um dia em que podemos tirar onda, brincar com os amigos e colegas sem corrermos o risco de machucar alguém. Sempre invento alguma coisa para zombar a galera”, diz. Moisés Jesus Porto, estofador, considera o 1° de abril um dia comum. “Lembro da brincadeira, mas não tenho o costume de inventar mentiras. Para mim é um dia como outro qualquer”, disse. Douglas Rafael, estudante. “Já fui prejudicado por causa de uma mentira de 1° de abril. Uma vez, um colega me convidou para uma festa, me arrumei todo e quando cheguei no local, não tinha nada, era pegadinha do dia da mentira”, recorda. Maria de Lourdes, dona de casa: "Não gosto das brincadeiras, porque sempre são de mau gosto. Certa vez, uma amiga me ligou dizendo que minha prima estava no hospital. Saí correndo e quando cheguei na casa dela estava tudo bem. Fiquei muito nervosa, não gostei nem um pouco", conta.