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Câmara Itabuna

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29 de abril de 2011

CRACK E ÁLCOOL NÃO SE MISTURAM

Se antigamente os jovens usavam a bebida alcoólica como pretexto para criar coragem, agora o instrumento é outro. O álcool foi substituído por outras drogas, especialmente pelo crack. Foi uma mudança lenta, porém gradativa, e que refletiu de maneira inequívoca no perfil dos dependentes químicos de Itabuna. Álcool e crack são drogas que não combinam muito bem. Portanto, quem usa crack, dificilmente consome bebida alcoólica. E a recíproca também é verdadeira. Quem usa álcool, não usa crack. Essa inversão começou a ficar evidente há cerca de uns três anos e meio, quando comecei a perceber a imprensa demonstrando este fato. No caso específico dos jovens, há uma dificuldade considerável para o sucesso do tratamento porque a maior parte chega aos centros e instituições de tratamento, levada pelos pais ou por ordem judicial, ou seja, obrigada. E já cheguei a conclusão que quando não há o desejo do paciente em se curar, a recuperação é mais difícil. O aumento no número de dependentes químicos é uma consequência direta da desestruturação familiar. E essa disfunção atrapalha, inclusive, na recuperação do paciente. De nada adianta recuperar a parte física se o dependente não reabilitar sua vida emocional e espiritual. A recuperação tem de ser completa. Essa é a grande dificuldade. É a mesma coisa que tratar um morador de rua e ele continuar sem um lar e sem uma família. A probabilidade de ele voltar ao vício é muito grande. O sucesso do tratamento depende da motivação do paciente. É isso que vai fazer com que o dependente queira se tratar. Ele precisa de um novo projeto de vida para ter forças. O álcool traz uma euforia muito grande para depois provocar a disforia, ou seja, um sentimento depressivo. E é justamente essa fase que deve preocupar. A pessoa acha que tudo é difícil. Ela perde o interesse, o prazer, a esperança, sente-se incapaz e triste. Há de se fazer com que a pessoa queira se tratar, nem que para isso seja preciso mudar hábitos, lugares que frequenta, amizades, enfim, criar um novo modo de vida. É por esse motivo que o trabalho do Alcoólicos Anônimos (AA) E Narcóticos Anônimos (NA) tem dado bons resultados. A proposta destes grupos é possibilitar o resgate da pessoa como um todo. Isso inclui a parte física, emocional e espiritual. O desejo de ajudar quem está na mesma situação é ponto fundamental para a recuperação. A pessoa deixa o egoísmo e se volta para o outro. Isso tem um efeito muito positivo”.

2 comentários:

  1. VAL CABRAL, A COISA MAIS INTERESSANTE QUE JÁ OUVI SOBRE O CRACK E TODAS AS DEMAIS DROGAS, É QUE ELAS IDIOTIZAM E IMPEDEM DAS PESSOAS COMPREENDEREM O QUANTO ESTÃO SEMPRE MASOQUISTAS AO FAZER USO DESSAS M...
    LUIZ CLÁUDIO BARRETO

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  2. Renato Cerqueira30 abril, 2011

    Amigo Val Cabral, eu não aceito essa conversinha de que viciado é coitadinho e como tal deve ser tratado e não penalizado criminalmente pelo consumo de drogas, pois sem ele não haveria a quem os traficantes venderem suas drogas. Concorda comigo?

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