
Uma coisa estranha, esquisita. Para ser mais franco, uma pouca vergonha. Ou nenhuma vergonha. Foi isso, exatamente, que alguns deputados, palhaços improvisados, supondo que o plenário da Câmara fosse algum picadeiro, insistiram em fazer na quarta-feira com Tiririca, o palhaço verdadeiro, eleito por São Paulo com 1,2 milhão de votos, o deputado mais votado do Brasil, em números absolutos, embora não percentualmente, de vez que concorreu às eleições no Estado de São Paulo, de longe o maior colégio eleitoral do país. A questão é que o deputado Francisco Everardo Oliveira, do PR, artisticamente conhecido como Tiririca, votou a favor do salário mínimo de R$ 600,00. Um escândalo político, principalmente para os que, tendo durante toda sua vida pública defendido salário mínimo em alturas orbitais, conformaram-se, na quarta-feira, a votar, obedientes à voz de comando da presidente Dilma Rousseff, o raquítico reajuste do mínimo para R$ 545,00. Para especial vexame, o partido de Tiririca é o PR e o PR está na base de apoio do governo e, como os demais partidos da base (com a única exceção do PDT), orientou seus parlamentares a votarem pelo mínimo mínimo. O PDT liberou sua bancada de 27 deputados para que votasse como quisesse, sabendo que ela se dividiria mais ou menos ao meio, de modo que uma parte mostraria o compromisso do partido com os assalariados e a outra parte mostraria ao governo que o ministro Carlos Lupi, principal liderança do partido e seu presidente de fato, tem utilidade suficiente para permanecer no cargo. Mas, voltando a Tiririca, o republicano, governista, quando ele marcou seu voto a favor do salário mínimo de R$ 600,00 (nas circunstâncias, o mínimo máximo, proposto pelo PSDB, coerente com o que prometera na campanha eleitoral e com apoio de outras legendas de oposição), houve um corre-corre. De deputados, cercando-o, inclusive para sugerir-lhe falsas explicações e para não deixá-lo à mercê da curiosidade da imprensa. Se necessário, se a imprensa conseguisse acesso, os parlamentares participantes do sítio a Tiririca cuidariam de falar à imprensa em lugar dele. Isso foi tentado e teria se consumado se os jornalistas fossem palhaços. Mas não eram, como mostrou que não é, quando não quer, o próprio palhaço Tiririca. Finda a sessão, um grupo de deputados e assessores cercou Tiririca. Um deles disse: “Votar errado é normal. Eu mesmo já votei errado uma dez vezes”. Uma dica esperta para explicações que acabariam se tornando inevitáveis. O grupo, na conversa, deixava clara sua preocupação de evitar que Tiririca falasse com jornalistas. Uma repórter conseguiu aproximar-se do palhaço profissional e lhe perguntou se ele havia ficado nervoso na hora da votação (o que poderia até justificar votar errado). Mas Tiririca foi firme: “Cá para nós (além de toda a torcida do Flamengo, do Corinthians, do Bahia e do restinho do povo) eu votei com o povo. Eu vim de onde? Quem me colocou aqui? Eu não estou aqui por acaso”, afirmou. Quando a imprensa lhe perguntou sobre a versão do seu partido, de que teria votado errado, Tiririca não fugiu da raia: “Como eu fui o parlamentar mais votado é natural essa preocupação do partido”. Os deputados e assessores que o sitiavam ficaram com cara de palhaço. Não havia como não ficar. Amadores, é verdade, mas palhaços. (Ivan De Carvalho).
UM BELO TEXTO MEU CARO VAL CABRAL, MUITAS PÁGINAS POR ESSE BRASIL AFORA TEM PEGADO PESADO COM NOBRE DEPUTADO FRANCISCO EVERARDO, MAS EM NENHUM MOMENTO NENHUM GRANDE JORNAL MOSTRA QUEM SÃO OS VERDADEIROS PERIGOSOS DO PLANALTO,
ResponderExcluirVEJAM:
Vista de longe, a ascensão do deputado João Paulo Cunha à presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara parece uma patifaria a mais na rotina de obscenidades que transformou o Congresso numa Casa do Espanto.
Se um José Sarney preside o Senado, se reuniões de líderes frequentemente lembram rodas de conversa em pátio do presídio, se o corregedor da Câmara chegou ao posto por ter sido o melhor aluno do professor de bandalheiras Severino Cavalcanti, não há nada de espantoso na entrega do comando da mais importante comissão a um parlamentar acusado de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo sobre o mensalão que corre no Supremo Tribunal Federal.
Sim a escolha feita pela bancada do PT não surpreendeu ninguém: essa gente não desperdiça chances de debochar dos brasileiros honestos. Mas a exumação festiva do presidente da Câmara do Mensalão não foi um ultraje qualquer, alerta a contemplação menos ligeira do episódio.
Associada a meia dúzia de infâmias recentes, a afronta atesta que está na fase dos arremates a ofensiva, concebida em parceria pelo governo e pelo Congresso, destinada a constranger o STF e livrar do merecidíssimo castigo a quadrilha que protagonizou o maior escândalo da história da República.
O MAIS INCRÍVEL EM TUDO ISSO, É QUE, NADA DISSO TERIA ACONTECIDO
SE O PRESIDENTE LULA NÃO TIVESSE SEMPRE APOIANDO OS MENSALEIROS E O SARNEY.
Isto demonstra que o Brasil é um grande circo, onde o palhaço é o povo, que por isso mesmo votou em seu colega de picadeiro. Não considero que isto seja um protesto do tipo votar em Cacareco ou outro animal do zoológico, como alguém já disse. Os votos nos animais são nulos. O votos dados ao Tiririca tornam-no um deputado, que por falta de experiência será apenas um fantoche na mão de seu partido, além disso esses votos ajudam a eleger gente que só teve um voto, o próprio, o povo não sabe nem protestar.
ResponderExcluir1º - voto de protesto; em vez dos deputados fazer o eleitor de palhaço, os eleitores fazem de um palhaço, um deputado federal. - Pior do que está não fica.
ResponderExcluir2º - campanha genial e inteligente, principalmente porque a lei proibe sátiras ou piadas de politico, o tiririca deu um jeito de fazer piada sobre politica, mesmo com a censura eleitoral vingente. pois falar "você sabe o que faz um deputado federal? pois é, eu tambem não sei; mas vote em mim que depois te conto" foi uma satira em cima da verdade que muito eleitor não sabe exatamente o que faz um DF; e as vezes nem os próprios candidatos-artistas.
3º - zoação.
Engraçado, muito engraçado mesmo, durante 8 anos tivemos um presidente da república quase igual ou pior que o TIRIRICA, esse dito presidente veio a público defender os piores calhordas da política brasileira, esses tais calhordas são quase todos formados pelas faculdades mais conceituadas do país, por incrível que pareça os 90% da população que consideraram o presidente como o maior de todos os tempos são os mesmo 90% que repudiaram o mensalão que esse presidente nunca soube e que também disse que tanto as denuncias contra os mensaleiros de 2005 quanto as dos piores calhordas são tudo coisa dessa mídia terrorista e voces ainda querem dizer que votar no TIRIRICA foi uma furada, olha me deixem viu.
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