O SALÁRIO MÍNIMO É O MUITO FEIO!

O governo Dilma ganhou no primeiro teste de força no Congresso com a novela do novo salário mínimo, que, a julgar pelo o ocorrido na sessão das mais agitadas da Câmara, na última terça-feira, dificilmente, já a partir de março e até o próximo ano, não será o da proposta governamental: R$ 545,00, que os senadores deverão apreciar na próxima quarta-feira. Antes da aprovação do menor piso salarial oficial do País, com a menor quantia submetida à apreciação dos parlamentares, acrescida de apenas R$ 5,00, aumentando de R$ 510 para R$ 545,00 o mínimo que vinha sendo pago desde o ano passado e até janeiro, a maioria dos trabalhadores, bem como dos pensionistas e aposentados alimentaram esperanças de melhoria significativa do poder de compra. Também foram propagados no País inteiro os temores e alertas quanto aos impactos da medida, desde o Palácio do Planalto aos governos municipais e setores da iniciativa privada. Segundo o governo, só a diferença de R$ 5,00 em relação ao salário mínimo do mês em curso causará impacto adicional previsto de R$ 1,36 bilhão nas despesas vinculadas ao salário mínimo, dividido da seguinte forma: deficit do Regime Geral da Previdência Social (RPGS): aumento de R$ 935,3 milhões; benefícios de Renda Mensal Vitalícia (RMV) e da Lei Orgânica da Assistência Social: aumento de R$ 194,3 milhões; e benefícios associados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): incremento de R$ 233 milhões. E de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) 650 dos 5.565 das prefeituras do País, incluindo muitos da região Nordeste, não conseguirão cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. As necessidades dos brasileiros que dependem do salário mínimo para viver continuam crescendo. Com elas crescem os desafios aos poderes constituídos que devem promover o fim de todas as formas de desigualdades.