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22 de janeiro de 2011

DELEGADO ‘AGRESSOR’ É AFASTADO DO CARGO

O delegado Damasio Marino, titular do 6º DP (Distrito Policial) de São José dos Campos, foi afastado ontem, por tempo indeterminado, do cargo pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Ele é acusado de ter agredido um deficiente físico na última segunda-feira, depois de uma discussão de trânsito. O advogado Anatole Magalhães Macedo Morandini, de 35 anos, alega ter sido agredido a coronhadas pelo delegado, ao reclamar que Marino teria estacionado em uma vaga para deficientes. Morandini está ferido no rosto e na cabeça. A confusão aconteceu na segunda-feira, por volta das 17h. Morandini afirmou não ter conseguido parar seu veículo, um Santana, na vaga para deficientes em frente ao cartório de notas da rua José Antonio Romeiro Nemo, cruzamento com a avenida José Longo, região central, e teve que estacionar mais à frente. Quando estava chegando ao local, o advogado viu que o motorista, do veículo, um Kia Sportage, que estava na vaga de deficientes, não possuía problema físico. “Eu não sabia quem era, eu disse que ele estava agindo de forma errada e começamos a discutir. Ele saiu do carro, me xingou de ‘aleijado’ e me ameaçou de morte.” Agressão /Após a discussão, o advogado afirma ter cuspido no veículo. Foi quando o delegado teria passado a agredi-lo fisicamente. “Ele mostrou a arma, desceu do carro e me deu coronhadas na nuca. Depois disso, ele me acertou no rosto”, afirma Morandini, que disse estar paraplégico desde os 17 anos, quando levou três tiros durante um assalto. Segundo o delegado da Corregedoria da Polícia Civil, Antonio Álvaro Sá de Toledo, foi aberto um inquérito para investigar Marino criminal e administrativamente. “Ele vai responder por lesão corporal dolosa e ameaça com arma de fogo”, declarou. TESTEMUNHA: “O DELEGADO APONTAVA A ARMA NA CARA DELE” - Uma das testemunhas, que pediu para não ser identificada, disse que estava dentro do cartório no momento da discussão. Ela conta que, quando saiu, viu Morandini ensanguentado. “O delegado apontava a arma na cara dele e o xingava alto. Todo mundo que passou na rua, viu. Mas não podíamos fazer nada pelo medo de sermos agredidos também”. Caso condenado, Marino poderá ser exonerado e cumprir pena por até oito anos. A OAB (Ordem dos Advogados Brasil) de São José divulgou uma nota de repúdio a agressão. “Solicitamos pronta apuração dos fatos e rigorosa resposta da autoridade pública, no sentido de punir a atitude discriminatória e criminosa de quem deveria ser o mais exigente defensor do cumprimento das leis”, diz trecho da nota assinada pelo presidente Julio Aparecido Costa Rocha. (Ângela Góes).

Um comentário:

  1. Esperamos que o final seja feliz para o cadeirante. Tudo bem, afastar o delegado já é alguma coisa, mas eu duvido que ele seja exonerado. No momento, ele vai ficar em casa recebendo sem trabalhar. Não duvido nada o desfecho desse caso terminar com ele assinando uma simples advertência, depois que a mídia esquecer o episódio. No Brasil, é muito difícil alguém ser punido exemplarmente por agredir um deficiente.

    Eu sou cadeirante e sempre que vou cobrar explicações de alguém que está na vaga indevidamente, sou humilhada, xingada e tratada com desprezo e deboche, o motorista diz "chama o DETRAN pra me multar então!" e sai com o carro rindo na minha cara. Isso NUNCA vai ter solução, pois não existe fiscalização, os poderes constituídos são omissos quanto a garantir o direito das pessoas com deficiencia e o movimento das PcD ainda é muito fraco pra cobrar e conseguir uma mudança real das autoridades, pra que haja mais respeito com o segmento das PcD no Brasil.

    Só o que ocorrem são ações paliativas no calor dos acontecimentos, depois todo mundo esquece e volta tudo como dantes
    Angela Goes

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