Não há surpresa – pelo menos não deveria haver – na desenvoltura com que Lula indica e veta ministros para Dilma, que os aceita passivamente.
Afinal, sem Lula, Dilma não existiria. Foi ele quem a impôs ao PT e ao eleitorado, como uma cria sua. Lula chegou a dizer que, não podendo concorrer, haveria um vazio na cédula – e esse vazio seria preenchido com o nome de Dilma. E foi. Se Lula não a patrocinasse, Dilma nem conseguiria legenda para disputar a Presidência. Não tinha currículo político para tal, nem era uma petista histórica. Portanto, a tutela de Lula é uma realidade e está sendo (e, ao que parece, continuará a ser) exercida. O núcleo duro do governo Dilma – na política e na economia – foi montado por Lula. E é esse núcleo que dará assessoria direta para a presidente eleita. O que se questiona é até quando o esquema funcionará. O sistema presidencialista brasileiro enfeixa nas mãos do titular do cargo grande soma de poderes e é improvável que a tutela se estenda por todo o mandato. A tradição brasileira (para não falar da mundial) é o afilhado político insurgir-se contra o padrinho, pelo incômodo de lhe prestar submissão no exercício do cargo. O poder é indissociável de seu detentor – sobretudo o poder máximo, a Presidência da República. E há ainda o PMDB, cioso de seu papel na eleição de Dilma e na consolidação de sua maioria parlamentar, a cobrar a fatura. O partido já demonstra não estar satisfeito com o que lhe está reservado na partilha do bolo ministerial. Dilma lhe oferece quatro ministérios. O partido quer ao menos cinco, espaço que lhe coube no governo Lula, quando era apenas parceiro, e não sócio, como supõe ser agora. Como Dilma lidará com isso? Quanto a Lula, já deu sinais contrários sobre seu futuro. Uma hora diz que irá para São Bernardo tomar cerveja com os amigos; que irá mostrar como deve se comportar um ex-presidente, mantendo silêncio cortês (até aqui, apenas uma promessa). Outra diz que continuará ativo, viajando pelo país e advertindo a presidente para os problemas que detectar. Disse também que lutará pela reforma política, sem explicar por que não o fez nos oito anos em que esteve no comando. Outra atividade a que pretende se dedicar, segundo revelou, é em relação aos países do Terceiro Mundo, sobretudo os da África e da América Latina, através do instituto que levará seu nome. Mencionou igualmente que se dedicará a “desmontar a farsa do mensalão”, mesmo sabendo que a instância incumbida de fazê-lo é o STF. Lula disse, entre outras coisas, que o mensalão foi uma tentativa de golpe de Estado, e que o controle social da mídia, que chama de “regulação” e “democratização”, é inevitável. Lula, portanto, não é o melhor indicador sobre seu futuro. O que melhor o indica é sua ação presente, inteiramente voltada para a montagem do governo Dilma. Até aqui Lula evita contatos com a imprensa e não se manifesta sobre assunto algum. Nem mesmo os embates contra o tráfico no Rio lhe arrancaram uma única palavra. Há, portanto, uma inversão de posturas: fala quem sai e silencia quem chega.
Afinal, sem Lula, Dilma não existiria. Foi ele quem a impôs ao PT e ao eleitorado, como uma cria sua. Lula chegou a dizer que, não podendo concorrer, haveria um vazio na cédula – e esse vazio seria preenchido com o nome de Dilma. E foi. Se Lula não a patrocinasse, Dilma nem conseguiria legenda para disputar a Presidência. Não tinha currículo político para tal, nem era uma petista histórica. Portanto, a tutela de Lula é uma realidade e está sendo (e, ao que parece, continuará a ser) exercida. O núcleo duro do governo Dilma – na política e na economia – foi montado por Lula. E é esse núcleo que dará assessoria direta para a presidente eleita. O que se questiona é até quando o esquema funcionará. O sistema presidencialista brasileiro enfeixa nas mãos do titular do cargo grande soma de poderes e é improvável que a tutela se estenda por todo o mandato. A tradição brasileira (para não falar da mundial) é o afilhado político insurgir-se contra o padrinho, pelo incômodo de lhe prestar submissão no exercício do cargo. O poder é indissociável de seu detentor – sobretudo o poder máximo, a Presidência da República. E há ainda o PMDB, cioso de seu papel na eleição de Dilma e na consolidação de sua maioria parlamentar, a cobrar a fatura. O partido já demonstra não estar satisfeito com o que lhe está reservado na partilha do bolo ministerial. Dilma lhe oferece quatro ministérios. O partido quer ao menos cinco, espaço que lhe coube no governo Lula, quando era apenas parceiro, e não sócio, como supõe ser agora. Como Dilma lidará com isso? Quanto a Lula, já deu sinais contrários sobre seu futuro. Uma hora diz que irá para São Bernardo tomar cerveja com os amigos; que irá mostrar como deve se comportar um ex-presidente, mantendo silêncio cortês (até aqui, apenas uma promessa). Outra diz que continuará ativo, viajando pelo país e advertindo a presidente para os problemas que detectar. Disse também que lutará pela reforma política, sem explicar por que não o fez nos oito anos em que esteve no comando. Outra atividade a que pretende se dedicar, segundo revelou, é em relação aos países do Terceiro Mundo, sobretudo os da África e da América Latina, através do instituto que levará seu nome. Mencionou igualmente que se dedicará a “desmontar a farsa do mensalão”, mesmo sabendo que a instância incumbida de fazê-lo é o STF. Lula disse, entre outras coisas, que o mensalão foi uma tentativa de golpe de Estado, e que o controle social da mídia, que chama de “regulação” e “democratização”, é inevitável. Lula, portanto, não é o melhor indicador sobre seu futuro. O que melhor o indica é sua ação presente, inteiramente voltada para a montagem do governo Dilma. Até aqui Lula evita contatos com a imprensa e não se manifesta sobre assunto algum. Nem mesmo os embates contra o tráfico no Rio lhe arrancaram uma única palavra. Há, portanto, uma inversão de posturas: fala quem sai e silencia quem chega.
FOI PARA ISSO QUE LULA ELEGEU UM "POSTE": QUEM MANDA É ELE E DILMA É APENAS UMA MARIONETE.
ResponderExcluirASSIM, VAMOS TER MAIS QUATRO ANOS DE PROPAGANDA ENGANOSA E LERO-LERO!
SÓ LAMENTO NÃO PODER ME MUDAR DESTE PAÍS!
FLÁVIO GÓES
Eu já sabia...!
ResponderExcluirNunes
ACHO QUE DILMA TEM RAZÃO EM DIZER QUE NÃO É UM POSTE, PORQUE SEU CRIADOR A DEFINIU RECENTEMENTE COMO UM VAZIO NA CÉDULA. UM POSTE É ALGO CONCRETO, UM VAZIO É UM VAZIO, PODEMOS CHAMAR DE... BURACO NEGRO. MARIA HELENA SILVA
ResponderExcluirMeu pai, sempre era procurado para resolver problemas administrativos, (inclusive por meus irmãos), por pessoas que “viviam” administrando. Um dia perguntei-lhe quais as razões das procuras. Ele, sábiamente, respondeu: Meu filho. “na prática, a teoria é outra!” Esse pessoal, quase nunca quer sentir o gostoso “cheiro do povo”; pensa que (ter) só um diploma e ficar isolado resolve... Nunca “pegaram na ferramenta”! EU FIZ OS DOIS... ENFRENTEI OS PROBLEMAS E ESTUDEI, ESTUDEI E ENFRENTEI OS PROBLEMAS.. AMADURECI COM TEORIA E PRÁTICA!
ResponderExcluirDJALMA FONTES
A Dilma é fraca na contra argumentação, usa uma certa entonação de voz para tentar transmitir competência, mas sabemos que ela é um fantoche do Lula ainda que negue isso. Danilo Gomes de Almeida
ResponderExcluirEsse “poste”, só fala o que está escrito, por isso que ela sempre evita a imprensa, afim de não ter que responder coisas que embaralham o seu raciocínio.
ResponderExcluirClovis Góes
Quem tem boca diz o que quer, quem tem ouvido ouve o que não quer. Dizer que Dilma é um poste, é ser injusto com os postes. Os postes tem muito mais valor, mesmo sem luz própria pelo menos servem de suporte para as lâmpadas que irradiam a luz.
ResponderExcluirJoão Batista Rebouças
A dita cuja não passa de uma iminência parda...
ResponderExcluirWellington Vieira