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29 de novembro de 2010

AOS PERDEDORES, AS FAVAS

As recentes eleições mostram que o processo democrático vive das inquietas expectativas da população. Sua face risonha, apesar das graves dificuldades sociais existentes, busca esperanças. Somente os regimes fechados possuem horizontes sombrios e desalentadores. Os ganhadores medem os custos de campanhas, se olham como escolhidos pelo povo e projetam novos espaços. Procuram superar desgastes pessoais e feridas de cunho ideológico. Ao fim, as palavras de Fernando Gomes – aos perdedores, as favas. O pensamento fernandista denuncia o enredo das disputas. Aos vitoriosos, as ambicionadas recompensas públicas, o lado fértil do terreno. Aos vencidos, o balanço das mágoas e a visão de um melhor alerta para o resultado futuro das urnas. Para a maioria seria a idéia da lei do mais forte, em recursos e habilidade. Uma sátira dos costumes, uma expressão política de ironia, sobre o vale-tudo das batalhas eleitorais. Sendo levadas em conta as vantagens dos ocupantes do poder. A democracia se caracteriza também como um curioso espetáculo. Revela os governantes como seus principais atores, imbuídos pelas sugestões da prudência e da astúcia. Um ardoroso jogo que expõe virtudes e guarda reservadas intenções. Uma grande parte do processo democrático representa a tentativa da população em colher a imagem real dos postulantes aos cargos eletivos. Sem véus e sem artifícios, para se poder avaliar as polêmicas promessas, intensamente divulgadas. Regras discutíveis ensejam exageros da propaganda e dos lances publicitários. Teóricos das razões do Estado, lembrados pelo grande mestre e sociólogo Selem Rachid Asmar, admitem a licitude da mentira útil – tornada usual para despertar os interesses da sociedade e amenizar a crucial luta pela libertação econômica. Apelos históricos recomendam uma brava reação para superar as dominantes distorções sociais. “É com o riso que se corrigem os costumes”, uma antiga sentença de origem latina, estratégica para soerguer os valores esquecidos e reclamados pela coletividade. A alma sorridente teria uma função social, valeria para o aperfeiçoamento do ser humano, um ideal que se tornou princípio. A realidade adversa quando encarada com otimismo inspira força e tolerância, investe no triunfo da verdade, esperança permanente do sentimento democrático.

4 comentários:

  1. VAL CABRAL
    ESTE TEXTO SE ENCAIXA PERFEITAMENTE EM VOCÊ!!!
    RILDO

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  2. A mais absoluta realidade a respeito deste assunto, é que os grandes derrotados nestas últimas eleições, foram a ética, honestidade, seriedade e o próprio povo brasileiro.
    Só espero que minhaas previsões e temores não se concretizem.
    Mesmo sabendo que o próprio povo é carrasco de si mesmo e que vota com o estomago, eu torço para que o Brasil não fique a mercê de governantes insensíveis, irresponsáveis, incompetentes e corruptos.
    Haroldo de Freitas

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  3. Quem lhe garante que Sr. José Serrabaixo,era esta reserva moral que vcs.falam?muito pelo contrario,caiu a mascára do paladino da moralidade,Paulo Preto foi apenas a ponta do iceberg.

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  4. Maravilhoso seu texto!
    Parabéns!
    Aliás, quero confessar que estou viciada em seu blog, todo dia tenho que ler o que escreve e os comentários.
    Ediana Carvalho

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