A ausência das questões pertinentes ao racismo contra negros (pretos e pardos), nas eleições presidenciais de 2010, foi eloquente e fala por si
. O racismo foi considerado tema espinhoso demais para se fazer presente na “pidança” de votos das principais candidaturas, inclusive nas da negra, que o escanteou. Nem Marina Silva ousou fazê-lo. Há uma espécie de profecia que diz que abordar “assuntos de negros” não dá voto. O contraditório é que negro vota! E, no Brasil, o negro é, no mínimo, metade do eleitorado. Todavia, o negro não tem força política orgânica suficiente para eleger candidaturas comprometidas com o combate ao racismo compatível com a expressão no eleitorado. Discorrer sobre o assunto e suas diferentes e divergentes teorias daria páginas e páginas. E eu, cá com meus botões, não posso deixar de me indignar quando dizem que falar sobre “questões raciais” no debate eleitoral é uma forma de dividir o povo brasileiro. Num País de passado e cultura escravocrata, ainda de contornos fortes, a divisão é patente, naturalizada e banalizada. Querem roubar do negro até o direito à identidade racial/étnica – sentimento de pertencimento a um grupo racial ou étnico, decorrente de construção social, cultural e política. Tenho a impressão de que o modismo no uso da palavra racialização serve a múltiplos senhores e a finalidades escusas. A inexistência de raças humanas é uma verdade científica, mas o racismo é uma realidade cruel, segregacionista, excludente e que frequentemente assume a face de genocídio, às vezes sutil, localizado, mas marcadamente genocídio, que conceitualmente consiste em atingir a integridade corporal ou mental para eliminar – no todo ou em parte - um grupo religioso, nacional, racial ou étnico. Ou ainda realizar deportações ou medidas contraceptivas sem o consentimento informado contra esses segmentos de uma sociedade. O racismo é um crime contra a humanidade. O assunto merece mais análises, inclusive no veio “eleitoral”, em especial porque compartilho da opinião de que suplantar o racismo não é uma tarefa só de negros, mas do conjunto de uma sociedade que se diz democrática; e deve integrar qualquer projeto sério de nação, pois, como tenho dito à exaustão, é certo que não construiremos um país justo e democrático sem que os brancos compartilhem com os negros os seus privilégios seculares.
. O racismo foi considerado tema espinhoso demais para se fazer presente na “pidança” de votos das principais candidaturas, inclusive nas da negra, que o escanteou. Nem Marina Silva ousou fazê-lo. Há uma espécie de profecia que diz que abordar “assuntos de negros” não dá voto. O contraditório é que negro vota! E, no Brasil, o negro é, no mínimo, metade do eleitorado. Todavia, o negro não tem força política orgânica suficiente para eleger candidaturas comprometidas com o combate ao racismo compatível com a expressão no eleitorado. Discorrer sobre o assunto e suas diferentes e divergentes teorias daria páginas e páginas. E eu, cá com meus botões, não posso deixar de me indignar quando dizem que falar sobre “questões raciais” no debate eleitoral é uma forma de dividir o povo brasileiro. Num País de passado e cultura escravocrata, ainda de contornos fortes, a divisão é patente, naturalizada e banalizada. Querem roubar do negro até o direito à identidade racial/étnica – sentimento de pertencimento a um grupo racial ou étnico, decorrente de construção social, cultural e política. Tenho a impressão de que o modismo no uso da palavra racialização serve a múltiplos senhores e a finalidades escusas. A inexistência de raças humanas é uma verdade científica, mas o racismo é uma realidade cruel, segregacionista, excludente e que frequentemente assume a face de genocídio, às vezes sutil, localizado, mas marcadamente genocídio, que conceitualmente consiste em atingir a integridade corporal ou mental para eliminar – no todo ou em parte - um grupo religioso, nacional, racial ou étnico. Ou ainda realizar deportações ou medidas contraceptivas sem o consentimento informado contra esses segmentos de uma sociedade. O racismo é um crime contra a humanidade. O assunto merece mais análises, inclusive no veio “eleitoral”, em especial porque compartilho da opinião de que suplantar o racismo não é uma tarefa só de negros, mas do conjunto de uma sociedade que se diz democrática; e deve integrar qualquer projeto sério de nação, pois, como tenho dito à exaustão, é certo que não construiremos um país justo e democrático sem que os brancos compartilhem com os negros os seus privilégios seculares.
Numa eleição disputa voto a voto, os candidatos acabam tendo receio de se posicionar sobre temas controversos, que podem fazer o "tiro sair pela culatra". Isso explica esta apatia em relação a questões como preconceito e racismo. Kleber Barreto
ResponderExcluirA COISA FICOU PRETA PARA OS NEGROS NESTAS ELEIÇÕES!!!!
ResponderExcluirNUNES
Frescura! Também não quero que me chamem de branco azedo, que ser "caucasiano", eurodescendente ou lusodescendente... Deixar, ou não de mencionar os crioulos nesta eleição não muda em nada a situação deles... Ricardo Monteiro
ResponderExcluirSerá que no nosso país, no qual certo número de pessoas com poder de influência que primam em copiar modelos negativos lá de fora, causará desestabilização na coexistência pacífica entre raças? Isto é nocivo para o BRASIL que nunca foi racista. Será que maus políticos estabelecerão mais este mal no país? Por que os verdadeiros problemas não são atacados para que uma solução acertada seja alcançada benefíciando o povo? Será que essa sina desagregadora denominada racismo encontrará guarida no nosso país? Não, nós, brasileiros de boa fé, não podemos ceder aos interesses de brasileiros de má fé. Não permitiremos que no seio da nação brasileira essa chaga desagregadora se homizie, e, aqueles que querem criar o caos gerador da desunião serão banidos como inservíveis.
ResponderExcluir"BRASIL ACIMA DE TUDO".
EDVALDO TAVARES. MÉDICO.
Dizer que não existe racismo no Brasil é revelar-se cego para a realidade.
ResponderExcluirTodo cidadão de bom senso tem consciência de que há uma enorme discrinação em todos os níveis em nosso país e a exclusão racial é, sem dúvida, uma delas.
Debater estes fatos num processo eleitoral, poderia estabelecer algumas mudanças de comportamento e diminuir este problema no país.
Luiz Carlos Pereira
Prezado amigo Val Cabral
ResponderExcluirVocês notaram que as pessoas estão deixando de ter o direito de opinar ou se expressar!? O Racismo no Brasil é SOCIAL pois o descaso histórico das castas políticas dominantes é descarado, com a corrupção que aqui está enraizada só há favorecimento aos que estão no meio políticos e de interesses financeiros. Que há racismo não podemos negar mas que o Brasil é um dos países menos racistas do mundo isto tb não se pode negar! Algumas pessoas ou grupos pegaram carona neste tema e chegam ao ponto do terrorismo para coagir as opiniões dos demais. Estão importando idéias e leis e irão criar o conflito aonde ele não existia! Precisamos evoluir civil e culturalmente para gerarmos igualdade e justiça social em nossa nação, mas infelizmente estamos dividindo a população em temas étnicos e esquecendo que estamos sendo estorquidos por nossos políticos.
Estamos assistindo a criação de um país de cotas, assistencialista que dá "bolsa cala-boca" de tudo que é tipo para a população carente e não resolve na fonte os problemas sociais...
A exploração descabida de certos fatos só vai aumentar o conflito... E não deve ser para isto que serve uma eleição!
Paulo do Pontalzinho
paupont@bol.com.br