Estamos percorrendo nos últimos dez anos uma trajetória que indica um caminho de soberania política e eco
nômica, com a incorporação de dezenas de milhões de brasileiros no emprego formal, ampliando-se enormemente o crédito às famílias de baixa renda e consequentemente alargando-se substancialmente a possibilidade da população ter acesso ao consumo de bens. De outro lado existe um leque de projetos sociais que atendem às populações de baixa renda, às camadas mais pobres da população brasileira. Esse cenário poderia indicar que a sociedade estaria vivendo uma época de um clima psicossocial razoavelmente saudável. Mas o que se vê e o que se sente não são sinais de plena satisfação coletiva, mesmo com as mais amplas camadas da sociedade, movidas pelo espírito crítico, tirocínio político e sentimento em defesa das suas justas aspirações e sonhos, demonstrando irrefutável apoio ao presidente da República e ao seu campo de aliados. Apesar disso, a sociedade vive uma época confusa em que há uma evidente insegurança na paisagem social. O que por sua vez provoca condições de vida sufocantes nas cidades, sejam elas grandes, médias ou pequenas. A violência e a criminalidade nunca foram tão graves na história do Brasil, o que se constitui, diante do inegável crescimento econômico ao lado de políticas de apoio social, em uma flagrante contradição. Em qualquer região do País, a população, principalmente da classe média e trabalhadores, sente-se ameaçada, esmagada pela violência que vem provocando uma real banalização da vida humana. Essa é a grande dívida do governo para com os brasileiros na atualidade.
nômica, com a incorporação de dezenas de milhões de brasileiros no emprego formal, ampliando-se enormemente o crédito às famílias de baixa renda e consequentemente alargando-se substancialmente a possibilidade da população ter acesso ao consumo de bens. De outro lado existe um leque de projetos sociais que atendem às populações de baixa renda, às camadas mais pobres da população brasileira. Esse cenário poderia indicar que a sociedade estaria vivendo uma época de um clima psicossocial razoavelmente saudável. Mas o que se vê e o que se sente não são sinais de plena satisfação coletiva, mesmo com as mais amplas camadas da sociedade, movidas pelo espírito crítico, tirocínio político e sentimento em defesa das suas justas aspirações e sonhos, demonstrando irrefutável apoio ao presidente da República e ao seu campo de aliados. Apesar disso, a sociedade vive uma época confusa em que há uma evidente insegurança na paisagem social. O que por sua vez provoca condições de vida sufocantes nas cidades, sejam elas grandes, médias ou pequenas. A violência e a criminalidade nunca foram tão graves na história do Brasil, o que se constitui, diante do inegável crescimento econômico ao lado de políticas de apoio social, em uma flagrante contradição. Em qualquer região do País, a população, principalmente da classe média e trabalhadores, sente-se ameaçada, esmagada pela violência que vem provocando uma real banalização da vida humana. Essa é a grande dívida do governo para com os brasileiros na atualidade.
Nossa sociedade é visivelmente individualista. Podemos começar falando do papel da religião aqui no País. Aqui, apesar de a igreja ter uma influência gigantesca quando se trata de assuntos polêmicos como aborto, a maioria daqueles que se dizem evangélicos ou católicos, são não-praticantes. Smepre houve essa separação na nossa sociedade entre católico praticante e não-praticante. Os praticantes teoricamente não deveriam ser individualistas mas como temos esse tipo de separação alguém pode cometer a violência e continuar se chamando de "evangélico".
ResponderExcluirEsse individualismo também tem a ver com visão ocidental de sociedade. Desde o renascimento nós aliamos individualismo e capitalismo numa fórmula que gerou crescimento tecnólogico e intelectual surpreendete mas que prejudico o lado social. A religião, que antes serviam como moderadora do comportamento perdeu a sua importância como parâmetro ético único.
Por que eu falo tanto de religião e cito o ocidente? Por que, como você mesmo disse, em alguns países orientais esse tipo de coisa não ocorre essa violência que vemos aqui. Isso tem a ver com o fato de que o renascimento, a principal causa do nosso individualismo, não impactou os países orientais. O próprio capitalismo que muitas vezes estimula esse tipo de lógica individualista só começou a se desenvolver nesse século. Junte-se a isso religiões como a budista que pregam a não-violência e que são altamente valorizadas nesses países.
Então, basicamente, a culpa é dessa sociedade que valoriza os feitos individuais mais que o respeito ao próximo. Você pega alguém que foi criado num país com essa lógica e é óbvio que ele vai tentar "se ajudar" roubando pra subir.
Também tem a ver com o consumismo que estimula as pessoas a quererem aquilo que muitas vezes elas não podem ter e com os filmes de guerra que valorizam as armas e a violência como modo de ser respeitado e admirado mas isso pode ficar pra próxima.
Ronaldo Pires
Pobreza não é sinonimo de violencia. È a indole que é ruim, tem rico violento também.
ResponderExcluirGil
Nesse país roubar é normal e desde os mais altos cargos até os mais baixo. Você sabia que o Brasil é o 3o. (terceiro) país com mais pessoas ricas. Isso aqui está perdido, existe mais ladrões, marginas do que gente honesta. Em mil oitocentos e alguma coisas Rui Barbosa falo"...nós teríamos vergonhas de sermos honestos".
ResponderExcluirUm abraço.
Marcos Cordeiro
Pobresa não traz violencia..., podemos ver que os ricos tambem roubam matam usam drogas...
ResponderExcluirPor que tem mais criminosos em uma favela do que em um condomínio de luxo? Por que em 10000m² de uma favela moram 300 famílias enquanto em um condominio mora 1 ou menos, é só uma questão de densidade...
Giovani Rodrigues
Val Cabral, talvez a melhor palavra para definir esta situação seja "desigualdade social" e não pobreza em si, sem contar que essa relação não é mecânica, ou seja, dizer que pobreza gera violencia é um erro grave. São várias as causas da violência, são fatores políticos, economicos e culturais.
ResponderExcluirProf. Cláudio
O simples fato de uma pessoa pobre (muito pobre) não ter oportunidades na vida, a faz acaba entrando na marginalidade.
ResponderExcluirNão conseguir um emprego ou chance de estudar, é um caminho pavimentado para a entrada no mundo dos crimes!
Resumindo: A maior parte da culpa é do governo que não dá o espaço e a atenção necessária para quem precisa!!
Miranildo Pinheiro
Prezado e nobre Val Cabral
ResponderExcluirRaciocine: um país onde cada habitante recebe em média US$ 3.000 por ano e produz riqueza econômica próxima à do Canadá, nação de Primeiro Mundo, deve ter índice de criminalidade muito menor do que um outro, miserável, que gera 65 vezes menos riqueza e tem renda por habitante abaixo de US$ 500?
A resposta é não. O Brasil, o primeiro país do exemplo acima, tem, proporcionalmente à população, 10 vezes mais homicídios por ano do que Gana, o país pobre.
A principal causa da criminalidade não está na pobreza em si, mas na disparidade entre ricos e pobres num mesmo lugar.
É isso que explica, segundo especialistas em segurança pública de vários países, porque a sociedade brasileira tem a maior média de homicídios do mundo, entre os países que não estão em guerra ou sofrendo com guerrilhas.
O Brasil detém também o título de campeão mundial da desigualdade social, conferido pelo Banco Mundial, que divulgou estudo no mês passado informando que, aqui, os 20% mais ricos concentram 32 vezes mais renda do que os 20% mais pobres.
Cresce a desigualdade e cresce a violência. Na Grande São Paulo, por exemplo, a taxa de homicídios anual por grupo de 100 mil habitantes aumentou 83% entre 1999 e os primeiros meses de 2009.
Wellington Góes
Vivemos numa sociedade capitalista em que se cultuam muito os bens materiais. Uma sociedade de consumo em que muitas pessoas parcelam no cartão um ingresso para ir ao show do Chiclete com Banana, mesmo que para isso tenham de alterar seus hábitos alimentares ou deixar de pagar alguma continha. É claro que a índole interfere muito no comportamento de um indivíduo, mas a cultura também é um fator preponderante. A própria sociedade do consumo "obriga" o menino do morro do bairro São Pedro, Zizo, Nova Califórnia... a obter um Nike Shox, e assim ele busca alcançar o status que o sistema não lhe dá apenas na condição de ser humano.
ResponderExcluirPaulo do Pontalzinho
paupont@bol.com.br
Enquanto um ladrão pobre rouba uma carteira de alguém, um ladrão rico dá desfalque nos cofres públicos subtraindo o dinheiro destinado a suprir necessidade de milhões de pessoas, enquanto um ladrão pobre rouba uma galinha, um rico dá um desfalque no INSS e leva o dinheiro de milhões de pessoas ao mesmo tempo, pessoas que estão morrendo nas filas daquele orgão. Quero dizer que ainda que o numero de ricos roubando fosse inferior ao do pobre as vitimas daqueles são muito mais. Em minha opinião não há nenhuma relação entre criminalidade e pobresa, uma coisa é ser pobre e ouitra coisa é ser criminoso.
ResponderExcluirReceba meu abraço!
Carlos Ubiratan
INDEPENDENTEMENTE DE QUESTÕES ANTROPOLÓGICAS E SOCIAOLÓGICAS, A VERDADE É QUE AS CONTIGÊNCIAS RACIAIS E SOCIAIS DEFINEM SOBRE QUEM VIVE E MORRE NAS BATIDAS POLICIAIS EM FAVELAS E BAIRROS DE PERIFERIA.
ResponderExcluirTEM QUEM É "CULPADO" APENAS POR TER NASCIDO PRETO, OU CONVIVIDO POBRE!
AS DESIGUALDADES SOCIAIS E ECONÔMICAS PODEM SER APONTADAS COMO CAUSAS PRINCIPAIS DOS DISTÚRBIOS E CHACHINAS.
QUEM NASCE PRETO E POBRE NESTE PÁIS DE PREDOMINÂNCIA NEGRA E POBRE, SOBREVIVE COM O ESTIGMA DE QUE A VIDA ESTARÁ SEMPRE POR UM PASSO A MAIS A SER DADO (A QUALUQER MOMENTO), EM DIREÇÃO AO PRECIPÍCIO!!!
JOSELITO PIRES DE MELO