Pré-candidata do PT à sucessão presidencial, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) minimizou o
ntem o possível retorno ao comando do partido de envolvidos no escândalo do mensalão, a maior crise do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao votar no PED, a ministra afirmou que a volta de petistas envolvidos no suposto esquema de compra de votos faz parte do processo democrático. Para a ministra, como não houve nenhuma condenação, é “natural” que eles exerçam seus direitos políticos. “Olha, eu acho que o PT está procedendo de forma correta. Você não pode adotar uma prática que ocorreu muito no Brasil ao longo dos últimos anos que era, ao contrário da conquista democrática do ocidente que havia que provar que uma pessoa era culpada e não a pessoa provar que era inocente. Até agora, nós não temos nenhuma dessas pessoas julgadas ou condenadas em definitivo, então, acho normal que elas exerçam seus direitos políticos. Ninguém pode ser cassado a priori”, disse. O candidato favorito a vencer as eleições do PT, José Eduardo Dutra, e seu principal adversário, José Eduardo Cardozo, afirmam que, se eleitos, não colocarão obstáculo à volta de petistas que são réus no mensalão, com o ex-ministro José Dirceu e os deputados federais José Genoino e João Paulo Cunha. Adotando um discurso conciliador de candidata, a ministra evitou polemizar sobre possíveis rachas nos Estados. “Eu sempre acho que não se pode ser fundamentalista e ter essa ótica nacional que ela sobrepõe necessariamente, mas há de se levar em conta as realidades locais porque as pessoas, os interesses locais são legítimos. Se eles vão prevalecer ou não, eu espero que seja uma decisão não apenas da instância nacional ou da instância estadual, mas seja decisão de um congresso acima tanto do nacional quanto do local. A ministra disse ainda esperar que o resultado das eleições internas ajude o PT não só a construir alianças para a disputa eleitoral de 2010, mas principal a consolidar um projeto para o partido. “Olha eu acho que neste momento, todos nós esperamos que o PT saia mais forte e mais unido. Ele pode ter melhores condições de fazer aliança e encaminhar alianças, mas o que está sendo discutido hoje na verdade é a forma pela qual o PT vai ser dirigido nos próximos anos”, disse. Dilma disse ainda que a sua saída do governo ainda está em discussão. “A gente não definiu prazo para nenhum ministro sair do governo. E o presidente vai divulgar quando for oportuno. Eu acho que a gente vai ter que esperar o congresso do partido que vai decidir os candidatos do partido do ponto de vista local e nacional e então a gente vai poder definir os prazos de desincompatibilização. Essa resposta vai ser definida depois de fevereiro, mas nada impede que seja definida antes. O que eu estou dizendo é que está em aberto. Não há uma data já claramente estipulada como sendo o momento do afastamento dos candidatos do partido”, afirmou.

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