Val Cabral

GOVERNO WAGNER DEVE R$ 14,1 MILHÃO DO SAMU DE SALVADOR - A Secretaria Municipal de Saúde elaborou um dossiê que, para a prefeitura, aponta o descaso do governo do estado com o setor em Salvador. O documento revela a existência de uma dívida no valor de R$14,1 milhões do governo com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), retenção indevida de verbas oriundas da União e relata problemas de infraestrutura encontrados nos postos entregues pela Secretaria de Saúde do estado. O deputado ACM Neto (DEM), que recebeu o documento, denunciou a situação ao Ministério da Saúde e ao Ministério Público, tanto o estadual quanto o federal, por meio de ofício. Hoje, em Brasília, o deputado conversou sobre o assunto com membros da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia (Ahseb), que se reuniu à noite com a bancada baiana para discutir a situação do setor. “No dia 22 de maio de 2007, o governo estadual assinou uma portaria (número 1281) se comprometendo a repassar 30% dos recursos do SAMU para as prefeituras, mas as transferências não estão sendo executadas em Salvador e em outras cidades, como Bom Jesus da Lapa e Vera Cruz”, afirmou ACM Neto. “Ou seja, o descaso não é só com Salvador. Segundo o parlamentar, o governo está retendo, desde 1º de abril do ano passado, R$ 230 mil que deveriam ser encaminhados ao município, “prejudicando, mais uma vez, a população carente da cidade”. “São recursos que equivalem à metade da construção de um novo posto de saúde”, disse o deputado, que relata também a falta de infraestrutura de unidades de saúde entregues pelo governo à prefeitura. O secretário municipal de Saúde, José Carlos Brito, contou que a prefeitura fez vistorias nas unidades, com engenheiros, e encontrou problemas relacionados à falta de infraestrutura e condições inadequadas de funcionamento. Existem falhas como vazamento nos telhados, falta de segurança, de energia elétrica e de ponto para a instalação de equipamentos. O deputado pediu a interferência imediata do Ministério da Saúde para tentar amenizar o problema. "O governo do estado peca com a saúde em Salvador na medida em que irresponsavelmente nos entrega unidades de saúde que não tem condições ideais de funcionamento e retém verbas do município", salientou. Associação – Na reunião ontem com a bancada baiana na Câmara, o presidente da Ahseb, Marcelo Britto, reivindicou dos parlamentares apoio ao reajuste da tabela do SUS, redução da carga tributária e manutenção da imunidade fiscal para os hospitais filantrópicos, além de acesso a linhas de financiamento. Ele relatou que a situação na rede privada é grave, e que os hospitais particulares fecharam no vermelho ano passado. Postado por Robério Menezes – Sport News.