O INFERNO ANTES DA MORTE - Uma das coisas que mais me incomoda é o descaso brasileiro com a questão da velhice. Nossos asilos viraram depósitos de idosos, sem conforto nem assistência adequada, onde uma grande parcela de moradores só está ali à espera da morte. Já aqueles que continuam junto às suas famílias - a maioria ranzinza, como praticamente todas as pessoas de idade -, continuam infernizando a vida dos seus próximos, com necessidades afetivas, físicas e tudo aquilo que a velhice demanda. A vida moderna exige que todos trabalhem. No entanto, se a maior parte das famílias teve poucos filhos, quem agora irá cuidar dos seus velhos? Outro grande problema, a meu ver o maior, é a questão financeira desta população. A maior parte trabalhou e trabalhou muito acreditando que o seu último período de existência seria prazeroso e profícuo, sem a preocupação com o vil metal, pois este estaria garantido pela merecida aposentadoria. Foram todos enganados pelo governo que, a seu bel prazer, roubou o que era de direito desses trabalhadores, implantando cálculos levando em conta a expectativa de vida dos beneficiários e apoderando-se, ano a ano, de seus minguados proveitos, a partir da década de 80. Se este mesmo governo providenciasse, pelo menos, a garantia da saúde, o que todos sabemos que não ocorre, já estaria ajudando e muito, pois só com planos de saúde e remédios, esses idosos já comprometem praticamente todos os seus recebimentos. Muitos deles, principalmente das classes menos favorecidas, ainda tem de contribuir com o sustento da família, em razão do alto grau de desemprego do País e da falta de qualificação de seus descendentes. O governo deveria criar mecanismos legais, que incentivassem doações a entidades de apoio a idosos, doações estas que pudessem vir a ser abatidas dos inúmeros impostos que temos. E criar campanhas para conscientizar a população de que a velhice pode e deve ser independente, criando-se programas de convívio para a terceira idade como cursos, viagens e, principalmente, hospedagem em casas e instituições dignas e confortáveis, bem diferente da maioria dos asilos que conhecemos hoje. Tenho certeza que se algo não for feito rapidamente, o problema da velhice só tende a aumentar e, em breve, teremos um grande contingente de velhos mendigos, abandonados, dependentes e infelizes, encontrando no fim de suas vidas, cada um a seu modo, o inferno antes da morte.
Tudo depende dos parantes para ser inferno ou Céu.
ResponderExcluirSó pra quem quer que seja um infernm só basra ter coração.
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