O DEM não sabe mesmo fazer oposição. E pelo visto, quanto mais o tempo passa mais o partido de Paulo Souto continua o mesmo, completamente desnorteado, sem saber qual caminho seguir para se destacar no cenário político, onde o presidente Lula reina sozinho. Essa é a conclusão que se pode tirar das inserções do DEM na televisão, onde os democratas não dizem absolutamente nada de novo em relação ao governo Lula e ainda por cima utilizam aquele velho e cansado estilo de propaganda que mostra uma página de jornal para em seguida contestar o que foi ali divulgado. Se não fizer uma revisão no já ultrapassado estilo de propaganda eleitoral, o DEM estará condenado a desaparecer do mapa partidário brasileiro. Para isso os democratas vão precisar de coragem, para renovar seus quadros de marqueteiros, e de muita ousadia, pois sem ela, o PT está aí provando, não se vai a lugar nenhum. Paulo do Pontalzinho paupont@bol.com.br
Você já reparou como é a estética da corrupção? Adoro a semiologia dos casos cabeludos sob suspeita, adoro a reação dos implicados, adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV, ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes e, mais que tudo, lágrimas de crocodilo. Todos alegam que são sérios, donos de empresas "impecáveis". Vai-se olhar as empresas, e nunca nada rola normal, como numa padaria. As empresas sempre são "em sanfona", uma dentro da outra, "en abîme", sempre têm "holdings", subsidiárias, são firmas sem dono, sem dinheiro, sem obras, todas vagando num labirinto jurídico e contábil que leva a um precioso caos proposital, pois o emaranhado de ladrões dificulta apurações. Também gosto muito do vocabulário dos velhacos e tartufos. É interessante ver a ciranda das caras indignadas na TV, as juras de honestidade, é delicioso ouvir as interjeições e adjetivos raros : "ilibado", "estarrecido", "despautério", "infâmias", "aleivosias". São palavras que ficam dormindo em estado de dicionário e só despertam na hora de negar as roubalheiras. Outra coisa comum nos canalhas é a falta de memória. Ninguém se lembra de nada nunca: "Como? D. Sirleide, aquela mulher ali, loura de minissaia? Não me lembro se foi minha secretária ou não." E o aparente descaso com o dinheiro? Na vida real, eles cheiram a grana como perdigueiros e, no entanto, se justificam: "Ihhh... como será que apareceu um milhão de reais na minha gaveta? Nem reparei. Ahhh... essa minha memória!..." Adoro também ver as fotos das placas da Sudam. Sempre aparece um terreno baldio com a placa da Sudam e o nome pomposo da empresa fantasma, onde, às vezes, ao longe, um burro pensativo pasta... Detesto ver o balé jurídico da impunidade. Assim que se pega o gatuno, ali, na boca da cumbuca, ali, na hora da "mão grande", surgem logo os advogados, com ternos brilhantes, sisudos semblantes, liminares nas pastas. Éssa é a paisagem deplorável de nossa vida brasileira, exemplos de sordidez descarada, que tanto nos ensinam sobre o nosso Brasil. A imagem da endêmica sem-vergonhice nacional. José Noschang
O DEM não sabe mesmo fazer oposição. E pelo visto, quanto mais o tempo passa mais o partido de Paulo Souto continua o mesmo, completamente desnorteado, sem saber qual caminho seguir para se destacar no cenário político, onde o presidente Lula reina sozinho.
ResponderExcluirEssa é a conclusão que se pode tirar das inserções do DEM na televisão, onde os democratas não dizem absolutamente nada de novo em relação ao governo Lula e ainda por cima utilizam aquele velho e cansado estilo de propaganda que mostra uma página de jornal para em seguida contestar o que foi ali divulgado.
Se não fizer uma revisão no já ultrapassado estilo de propaganda eleitoral, o DEM estará condenado a desaparecer do mapa partidário brasileiro. Para isso os democratas vão precisar de coragem, para renovar seus quadros de marqueteiros, e de muita ousadia, pois sem ela, o PT está aí provando, não se vai a lugar nenhum.
Paulo do Pontalzinho
paupont@bol.com.br
Você já reparou como é a estética da corrupção? Adoro a semiologia dos casos cabeludos sob suspeita, adoro a reação dos implicados, adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV, ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes e, mais que tudo, lágrimas de crocodilo.
ResponderExcluirTodos alegam que são sérios, donos de empresas "impecáveis". Vai-se olhar as empresas, e nunca nada rola normal, como numa padaria. As empresas sempre são "em sanfona", uma dentro da outra, "en abîme", sempre têm "holdings", subsidiárias, são firmas sem dono, sem dinheiro, sem obras, todas vagando num labirinto jurídico e contábil que leva a um precioso caos proposital, pois o emaranhado de ladrões dificulta apurações.
Também gosto muito do vocabulário dos velhacos e tartufos. É interessante ver a ciranda das caras indignadas na TV, as juras de honestidade, é delicioso ouvir as interjeições e adjetivos raros : "ilibado", "estarrecido", "despautério", "infâmias", "aleivosias".
São palavras que ficam dormindo em estado de dicionário e só despertam na hora de negar as roubalheiras.
Outra coisa comum nos canalhas é a falta de memória. Ninguém se lembra de nada nunca: "Como? D. Sirleide, aquela mulher ali, loura de minissaia? Não me lembro se foi minha secretária ou não."
E o aparente descaso com o dinheiro? Na vida real, eles cheiram a grana como perdigueiros e, no entanto, se justificam: "Ihhh... como será que apareceu um milhão de reais na minha gaveta? Nem reparei. Ahhh... essa minha memória!..."
Adoro também ver as fotos das placas da Sudam. Sempre aparece um terreno baldio com a placa da Sudam e o nome pomposo da empresa fantasma, onde, às vezes, ao longe, um burro pensativo pasta...
Detesto ver o balé jurídico da impunidade. Assim que se pega o gatuno, ali, na boca da cumbuca, ali, na hora da "mão grande", surgem logo os advogados, com ternos brilhantes, sisudos semblantes, liminares nas pastas.
Éssa é a paisagem deplorável de nossa vida brasileira, exemplos de sordidez descarada, que tanto nos ensinam sobre o nosso Brasil.
A imagem da endêmica sem-vergonhice nacional.
José Noschang