TEMOS UMA SOCIEDADE QUE TRANSFORMAM VILÕES EM HERÓIS - Sou absolutamente contra a impunidade e consciente de que ela, quase sempre, é fruto de leis mal elaboradas, dúbias e de eleições onde o mercantilismo do voto degenera a política. A descrença na justiça está fazendo pessoas se postarem em portas de delegacias e casas de suspeitos, gritando palavras de ordem, ameaçando fazer justiça com as próprias mãos. Essa descrença aumenta com exemplos de policiais que se associam à criminalidade que deveriam inibir e combater. E quando operadores da lei se envolvem em esquemas ilegais. Também quando ocupantes de cargos públicos, eleitos ou nomeados, desviam verbas para enriquecimento pessoal ou favorecimento das quadrilhas e máfias a que pertencem. O curioso é que não se vê aglomerações nas portas de delegacias, nem em frente das mansões desse tipo de acusado, gritando palavras de ordem ou fazendo ameaças. Isso, talvez, porque, no imaginário popular, seus crimes envolvam “apenas” dinheiro. Não são suspeitos de matarem crianças inocentes e indefesas. Será que o dinheiro ilícito que os enriquece, mas nunca sacia, não poderia salvar vidas, se aplicado na saúde ou na educação? Será que os recursos de mochilas escolares e dinheiro público do IPTU servem melhor para compra de mansões particulares? Os esquemas fraudulentos de que participam políticos e partidos, são instrumentos de morte e desesperança em larga escala: crimes contra a humanidade. Mas nestes crimes hddiondos, não há cadáveres visíveis. As mortes acontecem longe de seus olhos e dos da sociedade. Assim, algozes logo se transformam em vítimas, vertendo lágrimas diante de câmeras, em patéticos espetáculos. E não lhes falta a solidariedade de seus iguais, por amizade, temor ou dívida. Denúncias a granel! Crimes escabrosos! Prisões espalhafatosas! Um circo é montado para, quase sempre: nada! Pouco tempo depois, o esquecimento ou a conivência os reelegerá ou os reconduzirá a cargos públicos ou posições de destaque. Tudo como se nada tivesse acontecido, como se fossem modelos de dignidade. Dignidade hipócrita que, infelizmente, tende a proliferar na sociedade, pela impunidade. Assim, é quase certo que continuarão a praticar as mesmas ou mais elaboradas falcatruas. No máximo, serão condenados ao ostracismo, “mortos politicamente”. Mesmo assim, alguns viverão em alto estilo, saboreando os frutos de seus atos dolosos, ardilosamente escamoteados por artifícios escusos. Outros serão silenciados, de múltiplas formas. Assim, com o tempo e esses exemplos de impunidade, quem denunciaria poderá não denunciar mais. Quem for vítima, talvez se cale. Quem acreditava na justiça, perderá a fé. Já quem tem desvios de caráter, desembestará sem freios. A imagem que ficará consolidada será a de que o crime compensa, de que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. Estaremos a um passo da barbárie! É essa a sociedade que queremos?
´Já é esperado pois aqui no brasil em minusculo mandas quem quer..aqui é terra do povo do mundo.
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