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15 de dezembro de 2025

A POLARIZAÇÃO NETO-JERÔNIMO DIFICULTA REELEIÇÃO E FARÁ A BAHIA TER A DISPUTA MAIS ACIRRADA NO BRASIL

A disputa para governador na Bahia deverá ser uma das mais acirradas no país!

    A disputa para governador na Bahia em 2026 aponta para um cenário que se repete há sete eleições: a polarização entre o carlismo e o petismo. No próximo ano os dois grupos políticos deverão se enfrentar nas urnas, na oitava disputa direta entre as duas forças. De um lado, o atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT), que vai tentar a reeleição, e do outro o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), que foi derrotado em 2022 pelo petista.

    Jerônimo Rodrigues e ACM Neto lideram a disputa, em empate técnico em todas as simulações para a corrida ao Palácio de Ondina, de acordo com as mais recentes pesquisas feitas pelos institutos de pesquisas. Ambos aparecem à frente de nomes como José Carlos Aleluia (Novo) e Kleber Rosa (Psol). Percentuais com empate técnico em torno de 44% para os líderes e Aleluia com Kleber empatando com 2% em média!

    Na primeira vez em que carlismo e petismo se confrontaram diretamente, em 1998, César Borges, do grupo político do ex-governador Antônio Carlos Magalhães, avô de ACM Neto, derrotou o petista Zezéu de Abreu e o pedetista João Durval Carneiro no primeiro turno. No pleito seguinte, em 2002, foi a vez do carlista Paulo Souto retornar ao poder derrotando também em primeiro turno o então candidato Jaques Wagner (PT), atual senador, e Prisco Viana (PMDB).

    Nas eleições de 2006, foi a vez de o PT impor derrota ao carlismo no Estado, com a eleição de Wagner em primeiro turno contra o carlista Paulo Souto (PFL na época) e Átila Brandão (PSC). Desde então, os petistas governam o Estado há quase 20 anos. Caso Jerônimo seja reeleito em 2026, o partido terá permanecido, ao fim do eventual mandato dele, no comando do Executivo baiano por 23 anos, entregando um resultado político significativo para a legenda nacionalmente.

    Jerônimo foi secretário estadual de Educação e chefiou também a pasta do Desenvolvimento Rural, na gestão de Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil. Professor universitário e engenheiro agrônomo, o petista era um rosto desconhecido para a maioria do eleitorado baiano até estrear no pleito de 2022. Já ACM Neto representa o carlismo, grupo político formado em torno do seu avô Antonio Carlos Magalhães e que faz oposição ao PT no Estado. Ele foi deputado federal de 2003 a 2013 e eleito duas vezes prefeito de Salvador de 2013 a 2021.

Os dois políticos deverão enfrentar desafios em níveis variados. Após fazer sua estreia eleitoral em 2022, Jerônimo enfrenta dificuldades semelhantes à eleição anterior. Isso porque, apesar de já ser conhecido pelo eleitorado baiano, o petista ainda precisa consolidar uma marca da sua gestão. A comparação com outros quadros do partido, como Wagner e Costa, ainda é um entrave para Jerônimo firmar seu potencial enquanto liderança política.

    Em 2026, a oposição irá repetir o discurso adotado quatro anos antes e explorar o desgaste do PT à frente do governo da Bahia após quase 20 anos no poder e deverá explorar o fato do governador carregar consigo, um desgaste natural, de um grupo político que já está há bastante tempo no poder. Um ponto que será abordado pela campanha de ACM Neto é a questão da segurança pública. Desde que assumiu o governo, em 2022, a gestão de Jerônimo tem sido criticada pelo aumento dos números de violência.

    Além da Segurança Pública, algumas promessas de campanha não foram para frente. Como é o caso da construção da Ponte Salvador-Itaparica, que avançou muito pouco nesses quase quatro anos. A questão da segurança pública permanece, porque algumas políticas adotadas pelo governo estadual como o Programa Bahia pela Paz não se traduziram em alteração dos indicadores ou de percepção da população também.

    O grupo político de Jerônimo deve repetir a estratégia utilizada no pleito anterior, apostando na capilaridade do partido no Estado. Nas últimas eleições, na reta final, o PT virou o que mostravam as pesquisas eleitorais e se mostrou favorecido por elementos importantes. Como a capilaridade no Estado, ancorada principalmente nas políticas sociais e de apoio à agricultura familiar, e o alinhamento à Lula, que também desempenha um papel decisivo na composição das dinâmicas políticas estaduais.

    Já o ex-prefeito ACM Neto concentrou, em 2022, sua estratégia política em Salvador e nas grandes cidades. Na capital, o ex-prefeito teve seus dois mandatos bem avaliados e conseguiu eleger o seu sucessor, Bruno Reis. Naquela eleição, o grupo do ACM Neto se concentrou na capital e em cidades de maior porte, o que se mostrou insuficiente para vencer as eleições em 2022.

    Outro ponto que acende alerta vermelho na campanha de ACM Neto é a aproximação de governo Jerônimo com prefeitos que apoiaram a candidatura do herdeiro do carlismo na eleição anterior. Jerônimo têm atuado para atrair partidos da oposição para a base do seu governo, como foi o caso do PDT. A legenda integrava a base do atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), e abriga nomes de aliados importantes do grupo político de ACM Neto como, por exemplo, a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, e o deputado federal Léo Prates. No entanto, após algumas costuras, o PDT desembarcou na base do governo de Jerônimo.

    As movimentações partidárias podem favorecer a candidatura de ACM Neto. Em 2022, após o rompimento do então vice-governador João Leão (PP) com Rui Costa, o PP se aproximou do União Brasil, cenário que deve permanecer em 2026. Para a próxima eleição a ideia seria criar um grupo amplo de centro-direita reunindo também o Republicanos e o PL para fortalecer essa candidatura do ACM filiado à União Brasil. Enquanto isso, o prefeito de Salvador, Bruno Reis também mantém uma gestão bem avaliada, o que favorece a imagem desse grupo.

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