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| A sujeira no submundo do governo petista, fede, insuportavelmente |
Evidências empíricas e históricas
demonstram que a corrupção (também no
Brasil) não é, nem nunca foi, um fenômeno isolado. O disparatado e exótico, no
nosso tropicalizado território, é a “licença” que as bandas podres das classes
dominantes cleptocratas se dão (estamos falando das bandas podres dos donos do
poder econômico, financeiro, político, administrativo e social) para roubar
(pilhar) o patrimônio assim como o próprio poder público. Nem todo agente
público, evidentemente, é um ladrão do dinheiro público. Mais de 230 mil
processos estão, no entanto, tramitando na Justiça brasileira. O que é mais
estarrecedor é que essa “licença” está naturalizada por grande parcela da
população, que se coloca acrítica e subservientemente “no seu devido lugar
hierárquico”. O Brasil se modernizou, é inegável, mas esse processo ainda não
se completou: tem democracia eleitoral, mas está longe da democracia cidadã
(plena eficácia dos direitos); tem Constituição, mas incontáveis direitos e
garantias para a maioria da população só existem no papel; tem economia de
mercado, mas fortemente cartelizada; tem Justiça, mas bastante inacessível e
ineficaz (falta o império da lei para todos); tem sociedade civil, mas 150
milhões ainda são analfabetos funcionais, etc. Nosso inconcluso processo de
“europeização” ainda convive com a “etiopização” das classes populares
(subalternas e marginalizadas), que vivem das migalhas dos programas sociais
clientelistas, sem nenhuma consciência crítica. Não há terreno mais fértil para
a disseminação da corrupção cleptocrata (das bandas podres dos donos do poder),
que não é percebida por essas classes como um prejuízo para elas (no fundo,
dizem, “todos os políticos são iguais”). A eleição ou reeleição frequente de
políticos comprovadamente corruptos evidencia o quanto a sociedade civil, que
sempre legitimou a extrema desigualdade, é também responsável pela “licença
para roubar” que as bandas podres dos dominantes assumem como “direito
adquirido”, sobretudo as que exercem o poder político inteiramente sequestrado
pelo poder econômico por meio do financiamento das suas campanhas eleitorais. São
as classes dominantes que têm acesso e direta influência na divisão do
Orçamento Público, daí a canalização para os bolsos das bandas podres
cleptocratas (as que governam ou influenciam no governo do País) de muito
dinheiro ilícito que poderia ser objeto de políticas públicas de interesse
geral (como é o caso da educação de qualidade para todos em período integral). A
corrupção cleptocrata é uma pratica generalizada no Brasil em todos os níveis
de governo: federal, estadual, distrital e municipal. Quem está conectado com
as mídias só enxerga o lado visível do problema (escândalos da Petrobras e do
metrô-SP, por exemplo). Mas por detrás dessa superfície há um imenso iceberg de
corrupção e de improbidade administrativa. Mais de 230 mil processos, em 2014,
estavam na fila do Judiciário para julgamento. Por Luiz Flávio Gomes, professor
e jurista.

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